Ricardo já presidiu o Conselho Fiscal do Alvinegro e sua empresa foi acusada de dar golpe da criptomoeda

Ricardo Wagner de Almeida, ex-dirigente do Botafogo de Futebol e Regatas, foi preso nesta quarta-feira (1º) em uma operação da Polícia Civil do RJ contra um esquema de pirâmide financeira. Segundo as investigações, a empresa de Ricardo, a Futura Invest, lesou dezenas de pessoas e impôs um prejuízo de milhões de reais.

O ex-Conselho Fiscal do Glorioso foi preso em Piratininga, em Niterói. Ele oferecia investimentos em criptomoedas e na bolsa de valores, dizendo haver pouco risco e muito retorno em um prazo bem curto de tempo. Ricardo Wagner não deu declarações à reportagem do G1 quando foi preso. 

Ricardo Wagner é preso em Niterói

Nesta quarta-feira (1), agentes da polícia também cumpriram 11 mandados de busca e apreensão. Segundo as investigações, as vítimas eram, em sua grande maioria, servidores públicos civis e militares.

A Delegacia de Defraudações. afirmou que nos primeiros meses, as vítimas recebiam os percentuais acordados, porém as parcelas não mais eram pagas em médio prazo, típico do golpe da pirâmide financeira

Empresa já havia sido acusada de dar golpe em 2021

O RJ1, da TV Globo, mostrou em dezembro de 2021 que clientes da Futura Invest procuraram a polícia com queixas contra Ricardo, que havia parado de fazer os pagamentos acordados. A reportagem ainda mostrou que a Futura Invest fechou o escritório, que ocupava um andar inteiro de um prédio no Centro do Rio. Além disso, a empresa parou de responder seus clientes.

A reportagem do “RJ TV” mostrou ainda que, em 2020 (antes do golpe vir à tona), a Futura Invest havia movimentado cerca de R$ 6 milhões. Dinheiro de clientes que acreditavam estar fazendo um bom negócio.

Ultima aparição de Ricardo Wagner no Botafogo teria sido a preliminar do jogo beneficente entre os amigos de Loco Abreu e Túlio Maravilha, no Estádio Nilton Santos, no evento “Natal da Estrela Solitária“ de 2021. Desde então, o caso estava sendo investigado pela Delegacia de Defraudações da Polícia Civil do Rio. No final de 2021, o Ministério Público Federal enviou um pedido para a Polícia Federal abrir um inquérito e apurar as denúncias.

Ricardo e suas polêmicas no Glorioso

Em 2019, Ricardo Wagner se envolveu em uma confusão generalizada entre sócios-proprietários, membros do Conselho Fiscal e integrantes do Mais Botafogo durante um jogo do Botafogo contra o Cruzeiro, válido pelo Campeonato Brasileiro daquele ano. O fato ocorreu poucos dias depois que Ricardo renunciou ao cargo no clube.


Após perder por 2 a 0 para o Cruzeiro, uma confusão generalizada tomou conta do Setor Oeste do Estádio Nilton Santos entre sócios-proprietários, membros do Conselho Fiscal e integrantes do Mais Botafogo (grupo que comandava o clube na época). As pessoas envolvidas eram: Carlos Eduardo Godinho (membro do Conselho Fiscal), Ricardo Wagner (presidente do Conselho Fiscal), Fred Bastos (sócio-proprietário), Joseli Pereira (membro do Conselho Fiscal) e Alexandre Cardoso (segundo secretário do Conselho Fiscal).

Carlos Eduardo Godinho deu um soco em uma das paredes reclamando da diretoria, logo após o segundo gol da Raposa. Alexandre Cardoso e Ricardo Wagner não gostaram da postura do dirigente e partiram para cima dele. Fred Bastos apareceu e tentou defender Godinho, que estava com sua filha de nove anos por perto. A confusão logo se intensificou e Carlos correu com sua filha para longe do local da briga.

Fred e Alexandre rolaram no chão em uma briga intensa. Segundo pessoas no local, Ricardo e Joseli acabaram agredindo Fred na cabeça, e ele precisou ser hospitalizado. O LANCE! procurou Carlos Eduardo Godinho na época, que deu sua versão da história dizendo que era impossível ele ter participado da confusão por estar com a filha e que os nervos estavam aflorados por suas recentes críticas ao Mais Botafogo.

"No segundo gol, em um momento de raiva, revolta com tudo o que está acontecendo com o clube, eu bati na parede e falei “acabaram com o Botafogo!”. Estava na Oeste, em um reduto tradicional de sócios-proprietários. Naquele momento, o Alexandre Cardoso, um dos líderes do Mais Botafogo e secretário do Conselho Fiscal, veio para cima de mim perguntando se eu estava falando dele e eu respondi que estava falando de toda a diretoria. Ele tentou me agredir, mas não conseguiu. O Ricardo Wagner e o Joseli também tentaram me agredir (...) Outras pessoas conseguiram separar. A maioria revoltada porque viram que não conseguiram respeitar uma menina de 9 anos. Depois que separaram o Joceli tentou arrumar confusão de novo. Eles estão se sentindo muito pressionados. Eu, há muito tempo, venho cobrando as contas do estádio e acho que, a partir disso, houve um tratamento mais agressivo com a gente. Acho que isso não leva a lugar nenhum. Vamos pedir a filmagem do estádio e fazer o boletim de ocorrências", disse ela na época.

Já Ricardo Wagner, preso nesta quarta (1) pela polícia, na ocasião afirmou que "Não foi nada demais, apenas uma discussão sobre futebol" e que "Graças a Deus tudo ficou certo depois da partida".

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