Confusões, pressão da Conmebol e críticas à diretoria: entenda o que levou à mudança do jogo para o Centenário e as consequências para o futebol sul-americano.
A decisão da Conmebol de mudar o jogo entre Peñarol e Botafogo, válido pela semifinal da Libertadores, para o Estádio Centenário, gerou uma onda de polêmica e revolta entre os torcedores uruguaios. Mas afinal, o que levou a essa mudança drástica e quais são as consequências para o futebol sul-americano? Neste artigo, vamos desvendar os bastidores dessa história, desde as confusões ocorridas no Rio de Janeiro até as críticas à diretoria do Peñarol.
Peñarol x Botafogo: A decisão da Conmebol e as razões alegadas
A Conmebol justificou a mudança de estádio alegando recomendações de segurança do Ministério do Interior do Uruguai. Segundo a entidade, não seria possível garantir a segurança de ambas as torcidas no Campeón del Siglo, estádio do Peñarol. A responsabilidade pela organização do jogo e pelos custos da mudança ficou a cargo do clube uruguaio.
As reações da diretoria do Peñarol
A diretoria do Peñarol se mostrou dividida sobre a decisão. O presidente Ignacio Ruglio classificou a mudança como um “mal menor”, argumentando que a alternativa seria jogar com portões fechados ou ter o jogo transferido para outro país. Já o membro do conselho diretor Evaristo González criticou duramente o Brasil e a Conmebol, pedindo uma união dos clubes sul-americanos contra o que ele considera um “abuso” por parte do futebol brasileiro.
Queríamos jogar este jogo com a nossa torcida e não com portões fechados, e tivemos a recomendação da AUF (Associação Uruguaia de Futebol) e do Ministério do Interior para jogar no Centenário. A Conmebol ia tomar a decisão de nos tirar daqui. Negociamos o dia todo, e falavam em portões fechados ou trocar o país. O Interior deixou bem claro que não viabilizou as duas torcidas no Campeón del Siglo por uma questão das vias de acesso a uma das arquibancadas. O Centenário sim está habilitado. No início, não gostamos da ideia, era aceitar precedente de sair da nossa casa. Mas, neste caso, como é a Conmebol que organiza, não tínhamos mais tempo. Conversamos com Diego Aguirre, com os jogadores, todos obviamente nos pediram para jogar no Campeón Del Siglo, mas, se não havia possibilidade, o que não era negociável era jogar com portões fechados. O dano menor, a única saída, era jogar no Centenário.
Como parte da negociação, dissemos que nos parecia muito injusto que o Botafogo fizesse tudo o que fez no Brasil, nos disseram que há vários expedientes abertos e é algo que os deixa muito ocupados atualmente. Com tudo isso, viriam jogar aqui com sua torcida no Centenário? Como parte da negociação, pusemos como prioridade, também nos garantiram que a partir de quinta-feira estarão presentes no Rio de Janeiro autoridades da AUF, do governo uruguaio, da Conmebol e do Botafogo, se comprometendo para que eles (torcedores presos) retornem o mais rápido possível. E que não se trata apenas do Peñarol contra a polícia brasileira. Não é a solução que queríamos, mas muitas vezes você tem que tomar decisões que não são as que deseja, mas se não o fizéssemos receberíamos um comunicado de que eles iriam tirar o jogo do nosso país ou iriam tirar da nossa torcida a possibilidade de ver uma semifinal da Libertadores. Jogar no Centenário é o mal menor para o Peñarol. É uma das maiores frustrações não poder jogar em casa e ter chegado a um ponto em que estávamos a 15 minutos de sermos mandados para jogar com portões fechados ou mudarem o jogo de país. A torcida merecia estar acompanhando esse elenco que tanto deu para ela.
A revolta da torcida
A torcida do Peñarol não poupou críticas à diretoria após a confirmação da mudança de estádio. Através das redes sociais, os torcedores demonstraram sua indignação, exigindo a renúncia de alguns dirigentes e questionando a decisão de jogar no Centenário.
Vergonha. O local não se negocia. São uns inúteis
Quero meu dinheiro. Comprei para o Campeón Del Siglo. Ao Centenário não vou