Comentarista fala sobre sombra do Lyon e o futuro incerto dos craques
O Botafogo vive um momento mágico, mas uma sombra paira sobre o futuro do clube. A possibilidade de perder seus principais jogadores, como Thiago Almada, Luiz Henrique e Igor Jesus, para o Lyon, controlado pelo mesmo dono, John Textor, acende o alerta da torcida. Isso é o que acha a colunista Milly Lacombe, em artigo contundente, no qual criticou o modelo de SAF e questionou os interesses por trás dessas negociações.
Botafogo: Euforia e Dúvida?
A chegada de John Textor revitalizou o Botafogo, transformando o clube em uma potência do futebol brasileiro. A torcida vibra com as conquistas e o belo futebol apresentado. No entanto, segundo colunista, a euforia deve ser contida devido a uma possível incerteza sobre o futuro dos principais jogadores.
Desde que o Textor chegou, comprou o Botafogo, o Botafogo renasceu, voltou para o lugar de onde ele nunca deveria ter saído. É hoje o melhor time do Brasil. O Botafogo está na moda. Além da camisa ser maravilhosa, aquela Estrela Solitária ser o escudo, para mim, mais bonito do mundo, o Botafogo agora é um time altamente competitivo que ele jamais deveria ter deixado de ser. Joga o melhor futebol do Brasil hoje. Mas, essa mesma torcida que hoje venera o Textor, está pensando o seguinte: “Textor está preocupado com o Lyon? A gente não está nem aí com o Lyon. Deixa os caras aqui.” Vamos supor que o Botafogo vá para a final da Libertadores, faça um jogo inesquecível contra o River, lá no Monumental, mas perca. Aí, os caras vão embora? Não tem 2025? Não tem resultado esportivo? Não tem afeto? E aí temos que falar dessas privatizações. Porque a SAF é você entregar um time para uma pessoa, ou para um grupo. Os interesses vão ser sempre o lucro.
O Modelo de SAF sob Análise
Milly Lacombe não poupa críticas ao modelo de SAF, comparando-o com empresas que priorizam o lucro em detrimento de outros interesses. A colunista argumenta que os clubes de futebol não devem ser tratados como negócios, mas sim como patrimônios da torcida. A prioridade, segundo ela, deveria ser o sucesso esportivo e não os lucros financeiros.
A Comparação com a Enel
Para ilustrar seus argumentos, Milly Lacombe cita a crise energética causada pela Enel, empresa responsável pela distribuição de energia em São Paulo. A colunista destaca que a prioridade da empresa é o lucro, mesmo que isso signifique deixar a população sem luz. Da mesma forma, as SAFs podem priorizar os interesses de seus donos em detrimento do bem-estar dos clubes e de suas torcidas.
Um time, assim como uma fornecedora de energia, não existe para dar lucro. O único objetivo da Enel é dar lucro. Não é dar luz. Então, demite 10 mil, como ela fez. E aí a gente vai lucrar e distribuir entre os nossos acionistas. A mesma coisa é a SAF. O Botafogo não é mais o Botafogo. O Botafogo é o Lyon ou qualquer outro time ou investimento do John Textor. E se uma coisa estiver dando bom aqui e ruim lá, elas vão se compensar. Eu acho um absurdo. Todos os times pertencem à sua torcida. As coisas não estão boas, mas em vez de dez homens mandarem, vamos deixar um só mandar? Olha a 777, o escândalo que aconteceu no Vasco. A gente precisa pensar em soluções que não sejam essa privatização, de entregar para uma pessoa. Vamos pensar em outro tipo de solução. Por exemplo, o Botafogo, mesmo dando certo, pode dar errado. Porque perder dois jogadores tão importantes em caso do Botafogo ir para a final e continuar jogando bem… E pensar em 2025. Mas não, vai perder porque o Lyon, afinal de contas, está passando sufoco e precisa ajudar o Lyon. Quem ajuda o Lyon? O Textor, não a torcida do Botafogo. Então, há contradições. Mas a torcida agora não quer pensar nisso. Eu acho que deveria. Porque hoje está bom, logo ali pode estar ruim.