Botafogo e Matheus Nascimento: O que deu errado na carreira do jovem atacante?
Matheus Nascimento, um dos jovens talentos mais promissores da base do Botafogo, ainda não conseguiu deslanchar de forma definitiva no futebol profissional. Para o ex-lateral Rafael, a maneira como o clube gerenciou a carreira de Matheus pode ter sido um fator crucial para o atacante ainda não ter atingido o seu potencial. Durante uma entrevista ao podcast Resenha com TF, Rafael fez duras críticas à forma como o Botafogo lidou com o desenvolvimento do jogador, destacando que o tratamento excessivo dado a Matheus pode ter sido prejudicial para a sua carreira.
O Tratamento de Matheus Nascimento: Entre expectativas e realidades
Matheus Nascimento foi considerado uma joia da base do Botafogo e, logo cedo, foi promovido ao time principal. No entanto, para Rafael, o clube cometeu um erro ao tratar o jovem atacante como se ele fosse intocável, um verdadeiro craque antes mesmo de provar isso em campo.
Rafael, que conhece bem os bastidores do futebol, comentou que um jogador, especialmente um jovem, não pode ter tudo o que quer, sem ser desafiado. Para ele, a trajetória de Matheus no clube foi marcada por uma série de regalias, o que pode ter gerado uma falsa sensação de que o sucesso seria imediato.
Eu gosto muito do Matheus Nascimento, mas sou muito honesto. O Botafogo tratou o Matheus Nacimento de uma forma que eu nunca trataria um jogador. Porque um jogador quando é jovem, e eu gosto do Matheus Nascimento, acho um puta jogador, mas você não pode dar tudo o que o jogador quer. Não tem como. Tipo assim: ‘Ah, o Matheus é a nossa joia, então se ele pede isso, vamos lá entregar. Ele pede’. Porque depois o jogador vai ver e falar assim ‘pô, eu acho que poderia ter feito isso aqui melhor’. Talvez o Matheus agora, e eu estou torcendo muito por ele nesse Campeonato Carioca, vai ver que não é assim que funciona o futebol. Ele não é craque porque ele era craque na base. Ele é craque pelo o que ele mostra dentro de campo, no profissional. Ninguém é craque só porque joga na base, o cara tem que mostrar no profissional. Não tem como. Eu e meu irmão seríamos os dois laterais do mundo se a gente igual todo mundo falava na base, e a gente não foi. Você é jogador pelo o que você faz no profissional, você pode ter mais oportunidades pelo o que faz na base, isso tem, tanto é que o Matheus teve muita oportunidade no Botafogo e ainda está tendo, mas você ser um craque pelo o que fez na base não tem condição, é impossível.
Ele destacou que Matheus, por mais talento que tivesse nas categorias de base, ainda precisava se provar no time profissional. Segundo o ex-jogador, o fato de ser um bom jogador na base não garante automaticamente sucesso na equipe principal. Matheus ainda não havia demonstrado o que poderia fazer em campo de maneira constante. E, para Rafael, esse era o maior desafio: Matheus precisava mostrar sua qualidade no campo, sem esperar que tudo fosse facilitado para ele.
Novas oportunidades para Matheus Nascimento no Campeonato Carioca
A temporada de 2025 começa com novas expectativas para Matheus Nascimento. Ele deve ser titular no Botafogo no início do Campeonato Carioca, o que representa uma nova chance para ele provar seu valor. Rafael, que sempre gostou do estilo de jogo de Matheus, espera que ele aproveite essa oportunidade.
Para o ex-jogador, o Campeonato Carioca pode ser a vitrine ideal para Matheus mostrar se realmente está pronto para brilhar no futebol profissional. “Estou torcendo muito por ele”, declarou Rafael, esperando que o atacante consiga superar as dificuldades do passado e conquistar a sua tão esperada afirmação no futebol.
As críticas a Bruno Lage e a bagunça no Botafogo
Além de comentar sobre Matheus Nascimento, Rafael também falou sobre outros episódios internos do Botafogo, incluindo a passagem do técnico Bruno Lage pelo clube. O ex-lateral foi direto e não poupou críticas ao trabalho de Lage, chamando o treinador de “horroroso” e destacando que a gestão dele no Botafogo foi marcada por confusão e falta de organização.
Rafael comentou que a chegada de Diego Costa ao clube, com a clara menção de apoio de Bruno Lage, foi um dos principais pontos de discórdia da época. Para ele, o treinador não soube lidar com o melhor jogador do time na época, Tiquinho Soares, ao não escalar o atacante junto de Diego Costa, criando um ambiente de tensão no elenco.
A gente teve muita troca naquela época. Eu acho que foi uma coisa, tipo, assim… Um incômodo de muita gente. Eu acho que o divisor de águas daquela época, hoje eu posso falar sobre isso foi o Diego Costa vir. Assim, eu gosto do Diego Costa. Eu gosto muito dele, não tenho nada contra ele. Mas ele veio com menção clara do Lage também, entendeu? Tipo, vem. E o Tiquinho era o nosso melhor jogador, na época. E aí eu acho que o Lage não botava o Tiquinho com Diego Costa. Eu, assim, sinceramente, acho o Lage muito mau treinador. Eu acho que ele é horroroso. Não tô mentindo, não. Acho ele muito mau treinador. Eu não trabalhei com ele. Então, assim, não dá pra falar… O que eu via, eu achava ele muito ruim, assim, nos treinos e tal. Não tenho vergonha nenhuma de falar. Eu sou assim, eu falo. É o que eu achava, o que eu via, entendeu? Acho ele muito mau treinador. Só que, tipo assim, eu não sou o que decidia, pô. Eu sou jogador de futebol, pô. Eu não estava nem jogando. Eu não sou eu que decido quem sai e quem entra. Pô, senão é muito fácil. Ah, não. Deu ruim, culpa do Rafael. Deu bom agora, ninguém falou que foi eu. Não fui eu que trouxe o Lage para cá. Não fui eu que mandei ele embora. Não fui eu que trouxe nenhum dos treinadores.
Além disso, o ex-jogador se irritou com a especulação de que ele teria liderado um motim contra Bruno Lage. Ele foi enfático ao negar qualquer envolvimento nesse tipo de atitude, explicando que nem estava jogando no time e, por isso, não poderia ser responsabilizado por uma situação que não envolvia suas atuações em campo.
Porra, fiquei muito puto. Não tava nem jogando, pô. Sou o culpado de quê? Me fala. Tá maluco? A pessoa que não está nem jogando pode ser o líder do motim? Posso falar assim “podia colocar o Tiquinho”, mas eu ser o líder do motim sem jogar bola? Eu nem trabalhei com ele, pô. Nossa, eu fiquei muito puto. Eu botei no Instagram. Eu fiquei muito puto, pô. Como é que eu ia mandar um cara embora que eu nem treinei, pô? Entendeu? Eu poderia ser o porta-voz pra falar sobre. Mas mandar ele embora, eu não treinei com ele, pô. Eu não conheci o Lage.