Jogador falou sobre Luis Castro, provocação no clássico e outros assuntos
Capitão do Botafogo, Marçal participou de uma entrevista ao programa “De Placa”, do TNT Sports, e falou sobre os bastidores do clássico contra o Flamengo no Maracanã, pela 3ª rodada do Brasileirão 2023. O jogador do Botafogo contou bastidores do clássico, falou sobre Luis Castro e outros assuntos.
Confira abaixo trechos da entrevista de Marçal ao TNT Sports.
Marçal dá entrevista ao TNT Sports; veja trechos
Confira trechos da entrevista de Marçal ao programa "De placa", do canal TNT.
Atuação da juíza da partida
O que ela fez com o Castro foi desnecessário, porque o que ela fez com o Castro ela estava fazendo dentro de campo. Eu estava tentando conversar, o Tiquinho pediu uma falta, a bola estava do outro lado e ela estava xingando o Tiquinho. Eu falei: 'Edna, não fala com meus jogadores assim'. Aí ela falou: 'Ah, mas ele é chato'. Eu respondi: 'A bola estava do outro lado já, finge que não ouviu, segue o jogo. Não dá pra você ficar discutindo com 22 jogadores lá dentro, se parar toda hora para discutir com jogador…'. Todo mundo reclama dentro de campo, dá a falta e segue o baile. Eu gosto muito do Daronco, ele dá só um sorrisinho e a gente já sabe que estamos falando merda. Eles têm o apito, quem manda são eles.
No lance da expulsão do Luís Castro, ele pediu o cartão amarelo, estava quase na área técnica do outro treinador. E eu gostei da postura do treinador, porque tem momentos que tem que chamar a atenção a arbitragem, não pode ser eu. No jogo contra o Flamengo no Carioca, eu tentei fazer isso e a gente se deu mal, a arbitragem ficou contra o nosso time. Quem decide (o momento da substituição) é ele. Lá fora o quarto árbitro recebe muita coisa no peito e resolve. Aqui você vê um auxiliar, um treinador conversando com o quarto árbitro, coisas normais, aí ele vai e chama o árbitro para dar o amarelo, totalmente desnecessário. Para o Castro ela mostrou amarelo, ela não teve paciência e expulsão. A arbitragem tem que ser mais seca. O quarto árbitro tem que matar no peito, sabemos que tem clubes que são mais chatos, que levam diretor para o banco.
Não expulsão de Thiago Maia
Antes do jogo sempre recebemos um relatório de quem vai ser o árbitro, quais as características e os cuidados que temos que tomar. Ontem, não foi diferente, o Castro tocou nesse assunto, ela tem um estilo assim, e entramos muito focados em jogar, não prestando atenção na arbitragem. Ontem ela fez um bom trabalho, apesar de algumas coisas. O lance mais flagrante foi do Thiago Maia, os lances têm passado no telão, para todo mundo em campo era nítido que deveria ter sido aplicado o cartão vermelho. Espero que o Thiago Maia não tenha se machucado, porque foi tão forte que ele mesmo poderia ter se machucado. Se não tem a caneleira, poderia ter sido uma situação pior para o Leo (Di Placido). A partir do momento que ela não faz isso, fica muito tempo olhando, a gente começa a pensar qual seria a intenção da arbitragem agora. Depois ela dá um tiro de meta quando é escanteio. Dá uma falta do Tiquinho quando ele está protegendo, só para o Flamengo sair daquela zona de desconforto na frente e voltar a atacar. Tentei sempre ser muito educado, ela sempre teve muita educação comigo, não foi igual com meu jogador, mas é um estilo dela, ela gosta de falar mais com os capitães do que com os demais jogadores, ela nem sequer ouve. De modo geral, tirando esse lance do Thiago Maia, foi uma arbitragem boa.
Veja mais trechos da entrevista de Marçal ao TNT:
Provocação de Gabriel Barbosa
Eu Marçal, como jogador, tento sempre entender meu adversário. O Gabigol, vendo o time dele perder, precisava de um ânimo, precisava que alguém falasse alguma coisa para ele para ele ficar boladão. Acho que é unânime, ele é um excelente jogador, mas é um cara muito chato de jogar contra. Quando fizemos o segundo gol, comemoramos, voltei para o meio tranquilo, aí ele meteu uma letrinha: “Tão comemorando pra caramba, ganharam Copa do Mundo?”. Nem dei muita importância na hora. Na hora do intervalo, eu virei para ele falei: “Cara, para de querer confusão, joga tranquilo”. Ficou nesse sorrisinho sem graça entre os dois. Não somos amigos, só tentei fazer com que ele não se motivasse a ter uma reação fora do normal, foi do jogo. No jogo do ano passado pelo Brasileiro, tivemos um pega para capar. Ele passava para fazer graça e eu dava um tranco. Nesse jogo eu levei ele mais no banho maria, foi tranquilo.
Torcida do Botafogo
A torcida sempre faz um show à parte, estou muito feliz com a minha torcida, sempre tem ido nos apoiar, tem entrado na mente das outras torcidas. Que eles continuem assim, fazendo a festa.
Luis Castro
A SAF trouxe muitas coisas positivas, é um processo, mas acho que eles acertaram muito em ter trazido um treinador europeu. Gosto muito dos treinadores brasileiros, mas acho que, nesse momento, a cultura do Botafogo precisava de uma mudança. O Castro caiu como uma luva, a maneira como ele tem trabalhado com a direção tem feito a diferença. Esse pensamento de não mandar o treinador embora quando tem pressão tem que estar cada vez mais entranhado nos clubes brasileiros, porque isso agora tem feito a diferença.
Essa nova forma de pensar do Botafogo traz muita tranquilidade para trabalhar. Sabemos que infelizmente no futebol o treinador é sempre o primeiro a cair. E aqui quando se começa a pensar um pouco diferente, os jogadores não tem essa preocupação, tem a tranquilidade de trabalhar, de dar a resposta para esse treinador, e não ficar pensando no pessoal, que o técnico vai sair e entrar outro. Tínhamos visto um déficit na ponta direita e o jogador estava sem confiança, aí voltou o Júnior Santos, agora não tem feito diferença quando sai o Júnior e entra o Sauer. Na esquerda, vimos o Victor Sá absoluto no começo da temporada e agora o Luis Henrique podendo entrar a qualquer momento. Isso tem feito a diferença. Apesar de termos peças que têm feito a diferença nos jogos, nos vemos como um time, com tranquilidade para trabalhar, e o homem tem feito com calma as mexidas dele e isso tem dado resultado.
Já está acontecendo essa virada de chave, hoje ninguém se vê como reserva. Eu como capitão tenho tido mais esse trabalho agora de observar o grupo, as pessoas ficam chateadas de não estarem jogando, mas não fica ninguém pensando: “Filho da mãe desse treinador, eu queria estar jogando”, aquela coisa mais pesada. Ontem (domingo) na comemoração você via todo mundo junto. E isso é trabalho do Castro. Ele é um cara muito focado no trabalho dele, sabe o que quer. Sempre devemos uma resposta à torcida, mas para isso temos que estar focados no nosso trabalho e o Castro consegue centralizar isso no dia a dia.