Punição por bonecos enforcados de Leila Pereira e Ednaldo Rodrigues
O futebol brasileiro, mais uma vez, se vê envolvido em uma polêmica que extrapola os limites do campo. O Botafogo, um dos clubes mais tradicionais do país, está prestes a enfrentar um julgamento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por um episódio polêmico: a exposição de bonecos enforcados com as imagens da presidente do Palmeiras, Leila Pereira, e do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. O ocorrido, que aconteceu antes de um jogo contra o Palmeiras no Nilton Santos.
Botafogo na mira do STJD
A atitude de um grupo de torcedores do Botafogo, que pendurou os bonecos em uma passarela da estação de trem da SuperVia, foi unanimemente repudiada. O próprio clube alvinegro se manifestou, classificando o ato como "criminoso" e solicitando às autoridades a identificação dos responsáveis. No entanto, a responsabilidade do Botafogo não se limita a essa manifestação. O clube foi denunciado no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que trata da omissão em tomar providências para prevenir e reprimir desordens em sua praça de desporto.
A punição para o Botafogo pode ser severa, com a perda de até dez mandos de campo e uma multa de R$ 100 mil. Além disso, um gandula do clube também será julgado por retardar o início de uma partida, o que pode resultar em uma multa de até R$ 100 mil e suspensão de 15 a 180 dias.
Apesar da gravidade do ato, a jurisprudência do STJD ainda não possui um precedente claro para casos como este. Em 2023, a morte de uma torcedora do Palmeiras, atingida por estilhaço de garrafa, não foi julgada pelo tribunal por ter ocorrido fora do estádio. No entanto, o caso do Sport, punido com portões fechados por invasão ao ônibus do Fortaleza, demonstra a possibilidade de punições severas para atos de violência.
Os desafios da Justiça Desportiva
O STJD enfrenta diversos desafios para garantir a justiça e a integridade do esporte. A complexidade dos casos, a pressão da opinião pública e a falta de precedentes claros são alguns dos obstáculos que a instituição precisa superar. Além disso, a crescente influência do dinheiro e das apostas no futebol exige uma atuação cada vez mais rigorosa e eficiente do tribunal.