Empresário intensifica denúncias e critica a morosidade da justiça esportiva brasileira

A polêmica envolvendo a manipulação de resultados no futebol brasileiro ganhou um novo capítulo com as recentes denúncias do empresário norte-americano John Textor, dono da SAF do Botafogo. Através de suas redes sociais, Textor tem intensificado as críticas ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), acusando as instituições de obstruir as investigações e de fazer vista grossa para um problema que se agrava a cada dia.

Em uma postagem no Instagram, Textor compartilhou uma imagem de um avestruz com a cabeça enfiada na areia, em clara referência à postura das autoridades esportivas brasileiras diante das evidências de manipulação de jogos. O empresário também citou um estudo recente da Starlizard Integrity Services (SIS), que apontou um aumento de 200% no número de partidas suspeitas de manipulação na América do Sul no primeiro semestre de 2024.

"Aumento de 200% na correção de partidas na CONMEBOL… As ‘cortes esportivas’ do Brasil continuam perseguindo aqueles que levantam questões sérias e evidências de manipulação de partidas, negando as verdades óbvias, enquanto o Senado do Brasil e o resto do mundo tomam medidas. Obstrução às investigações sobre corrupção é tão má quanto a própria corrupção", escreveu Textor em sua publicação.

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Textor e a resistência do STJD

As denúncias de Textor não são novas. Desde o ano passado, o empresário vem alertando para a existência de um esquema de manipulação de resultados no futebol brasileiro. No entanto, suas denúncias têm sido tratadas com desdém pelo STJD. O ex-auditor Mauro Marcelo de Lima e Silva, relator de um inquérito que foi aberto para tratar do tema, chegou a pedir uma pena de R$ 2 milhões e seis anos de suspensão a Textor, em uma clara tentativa de silenciar o empresário.

A CPI do Senado e a pressão internacional

A pressão sobre o STJD e a CBF aumentou com a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado para investigar a manipulação de jogos e apostas esportivas. A CPI tem sido bastante crítica ao trabalho das duas entidades e tem dado crédito às denúncias de Textor.

Além disso, o caso da manipulação no futebol brasileiro também tem chamado a atenção da comunidade internacional. O estudo da SIS, que revelou o aumento alarmante de casos suspeitos na América do Sul, é mais uma evidência de que o problema vai além das fronteiras brasileiras.

O desafio de combater a manipulação

A manipulação de resultados no futebol é um problema complexo e de difícil solução. A corrupção, a falta de transparência e a pressão por resultados são alguns dos fatores que contribuem para a proliferação desse tipo de prática.

Para combater a manipulação, é preciso que haja uma ação conjunta de todos os envolvidos: clubes, federações, governos e torcedores. É necessário investir em mecanismos de controle e fiscalização, punir com rigor os envolvidos em esquemas de manipulação e promover uma cultura de transparência e ética no esporte.

As denúncias de John Textor colocam em evidência um problema que já não pode mais ser ignorado. A sociedade civil, os órgãos de controle e os poderes públicos precisam agir para garantir que o futebol brasileiro seja um esporte limpo e justo.

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