Ex-goleiro deu entrevista ao podcast "PodPah"
Ídolo do Botafogo, terceiro jogador com mais partidas na história do clube e agora torcedor. Esse é o ex-goleiro Jefferson, feliz da vida com a atual fase do líder do Campeonato Brasileiro. Em entrevista ao podcast "PodPah", ele falou sobre sua torcida pelo Glorioso e sobre o título do Brasileirão, bastate aguardado pelos torcedores.
Entrevista Jefferson - PodPah
Ao lado do jornalista botafoguense Pedro Certezas, o ídolo Jefferson falou muito sobe o Botafogo. Confira trechos do podcast "PodPah".
Torcedor Jefferson
Estou acompanhando. Hoje sou torcedor. Claro que já estive ali em campo, acompanho quando posso. Para mim, é a maior campanha que o Botafogo vem fazendo disparado. Fico um pouco mais tranquilo. Fora de campo é mais tenso, mas hoje sou mais torcedor e não julgo tanto, porque já estive ali dentro, sei como é a pressão. Vibro mesmo quando a gente ganha.
Momento do Glorioso
Esse momento do Botafogo é único. Deixa todo mundo pensar que vai ser cavalo paraguaio, enquanto todo mundo fica nessa, está chegando, está chegando. Tem muita gente que ainda não acredita, que acha que o Botafogo vai perder força. Quando acordar, vai ser tarde. O negócio é que o Botafogo está com performance incrível, jogando bem, não importa o adversário. Está com confiança, bem organizado, comprou a ideia, está blindado. Trocou o treinador e continua a mesma coisa. Os caras estão focados. Claro que treinador faz diferença, mas pode trocar qualquer um, os caras estão focados.
Comemoração do futuro título
Se ganhar, quero comprar passagem, estar lá, curtir. Quero estar junto com os jogadores, participar, sentir, estar ali. Não ali no momento deles, mas tem que aproveitar, agora sou torcedor.
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Identificação com o Glorioso
Entrei para o Botafogo, nunca imaginei ser um ídolo, era algo muito distante. Você entra, vai vendo o que acontece, mas nunca passou na minha cabeça ser ídolo. Minha intenção era ajudar, agregar, aparecer, nunca pensei em ser o terceiro que mais jogou na história do Botafogo. Fui pegando o gosto, a torcida me abraçou, gostei do clube, me senti em casa, representando Botafogo e Seleção Brasileira. Voltei em 2009, parece que as portas dos times fecharam todas. Ninguém queria. Já estava no meio do campeonato, em agosto, faltavam dez dias para fechar as inscrições. Meu empresário tentou outros clubes menores e nada. O Botafogo abriu a porta para mim, foi uma gratidão. Eu cheguei, treinei três meses sozinho na minha cidade, separado. Treinava na rua, pegava esses gravetos da rua, colocava na areia e treinava sozinho, ficava caindo para um lado, para o outro, fingia bola. Os caras deviam pensar “esse cara é louco”. Vou ter que recomeçar, não está aparecendo nada, vou ter que mostrar tudo de novo. Esse momento foi difícil, porque você vem da Turquia, pensa que vai aparecer algo, não aparecia nada.
Volta para o Botafogo
Voltei para o Botafogo com uma desconfiança. Quando eu voltei para o Brasil, vindo da Turquia, estava há um tempo sem jogar. Até saí bem, vendido, mas voltei e teve a desconfiança. Fechei um contrato de quatro meses com o Botafogo, de produtividade. Não estava preocupado com salário, era praticamente de juniores. Prezo muito a identificação com a torcida. Hoje vemos o momento do Lucas Perri, é muito importante porque a torcida abraçou ele. Hoje isso pesa para a permanência dele, como pesou para mim na volta.
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Título do Botafogo no Carioca de 2010
Sempre me coloquei na pele dos torcedores. Cheguei no Botafogo em 2009 para a segunda passagem, saímos da zona de rebaixamento, fomos em 2010 disputar o Carioca. Fomos para final contra o Flamengo, que o Botafogo tinha perdido três anos seguidos. Os torcedores falavam “pelo amor de Deus, não podemos perder para eles, era melhor sair antes”. Eu não estava lá nos outros anos, mas senti na pele, reuni a rapaziada e falei que não podíamos perder. Nos colocamos na pele dos torcedores, não jogamos só por nós, jogamos por eles também. Teve a cavadinha do Loco Abreu e defendi o pênalti do Adriano. Se eles fazem, acho que iam crescer.
Permanência no Botafogo
Graças a Deus tive bons ensinamentos. Não cresci com meu pai, mas tive os ensinamentos da minha mãe. Independentemente de onde chegar, nunca ia esquecer de onde saí, da lealdade e da gratidão. Tive oportunidade de sair do Botafogo, eu poderia sair em 2016. Mas naquele momento (2015) eu sentia que não podia deixar o Botafogo na Série B. O Botafogo abriu as portas para mim no momento que mais estava precisando. Bati na porta até de times pequenos e os caras fechavam. A gente caiu em 2014 e fui considerado o melhor goleiro do Brasileiro. E ainda jogando de titular na Seleção Brasileira. Eu estava com dez meses de salário atrasado. Graças a Deus, recebia alguma coisa pela Seleção, estava compensando. Participava de dois amistosos cada mês, entrava o dinheiro para pagar as contas. Sempre fui um cara que investi, em imóveis, terrenos, fui parcelando, mensalidade de R$ 20 mil, esse dinheiro da Seleção segurou. Esse ano de 2014 foi “o último fecha a porta”, o ambiente estava ruim demais. Minha família sempre respeitou minha decisão, porque eu vivia o ambiente e não levava para dentro de casa. Caímos, íamos voltar para a pré-temporada, quem assumiu o time foi o René Simões. Ele me ligou, falou que estavam precisando de mim, que eu seria capitão, que ele ia pegar jogador dedo por dedo, que íamos subir. Se continuasse a mesma administração, eu não sei. Mas eles deram estrutura, falei estou junto.
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Voltaria ao Glorioso?
Hoje estou morando em Orlando, gosto daqui, é sensacional para a família. Represento mais o Botafogo onde vou, em eventos, tentando fazer aqui a apresentação da nova camisa. Mas no meio do futebol não estou, porque estou querendo esse momento com a família. Quem sabe futuramente, estando no Brasil. Técnico não. Minha intenção é mais parte administrativa ou algo com goleiro.