Alfredo Loebeling destaca falhas no uso do VAR no Brasil e questiona gol validado do Juventude contra o Corinthians
Na última segunda-feira, 5 de agosto, o ex-árbitro de futebol Alfredo Loebeling fez declarações impactantes durante uma live no “UOL Esporte”. Ele abordou a questão do uso do VAR (Video Assistant Referee) no Campeonato Brasileiro e criticou duramente a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) por optar por um software de menor qualidade. Loebeling também questionou a validação do gol do Juventude no empate por 1 a 1 contra o Corinthians, alegando que o gol deveria ter sido anulado por impedimento.
A Polêmica do Software Utilizado no VAR
Loebeling iniciou sua fala destacando que a CBF, apesar de utilizar o mesmo software de VAR que a Premier League, opta por uma versão mais barata. Essa escolha, segundo ele, compromete a precisão das análises de impedimento.
“A arbitragem foi ruim como um todo. Discordo que foi catastrófica, mas foi ruim. Se pegar o gol do Juventude, para mim estava impedido. É muito claro se parar sem as linhas. Quero lembrar que, além da liga americana, mais três querem tirar as linhas para verificação do VAR, se basear na imagem em si,” afirmou Loebeling.
Ele explicou que as linhas de impedimento no VAR, conforme utilizadas atualmente, podem apresentar inconsistências devido à qualidade do software.
“Quando vejo a imagem, lembrando que a assistente estava mal colocada, está impedido. Não tenho dúvida. Quando aparece a primeira colocação de linhas dando impedimento, pega um determinado posicionamento do Alan Ruschel mais próximo do ombro. Do nada, depois de dizer que estava impedido, tem outra imagem saindo de outro local do braço,” detalhou o ex-árbitro.
Críticas à Qualidade do Produto Oferecido pela CBF
O comentarista e colunista André Hernan, presente na live, considerou as informações fornecidas por Loebeling como gravíssimas.
“Se tem software mais barato, por questão de custo, você não está dando a devida atenção ao seu produto, que é o Campeonato Brasileiro. Se não tem o dinheiro para investir… A CBF arrecada bem, não é possível que não vá investir no produto final para o torcedor e para quem tem os direitos de transmissão. Isso para mim é muito grave,” criticou Hernan.
A Complexidade do VAR no Brasil
Loebeling prosseguiu, ressaltando a complexidade que o VAR tem trazido ao futebol brasileiro. Ele destacou que, diferentemente de outras ligas onde o VAR é consultivo, no Brasil ele tem sido decisivo, o que gera debates intermináveis sobre as decisões tomadas.
“Está faltando um trabalho de que não pode haver o debate. Está havendo debate de cinco minutos. Se ficarmos debatendo um lance, vai durar mais de cinco minutos, são avaliações distintas. VAR é consultivo, é informativo. No Brasil, não. O VAR é decisivo,” afirmou.
Ele apontou que o torcedor acaba sendo enganado, pois o VAR deveria trazer mais clareza e simplicidade às decisões, mas tem se tornado uma fonte de confusão.
Consequências para o Torcedor
Loebeling enfatizou que o torcedor, como consumidor final, paga caro pelo produto oferecido pela CBF, seja comprando ingressos para os jogos ou assinando canais de TV. Ele reforçou que o público espera um serviço de qualidade e não quer ver seu time sendo prejudicado por falhas no VAR.
“O consumidor final, o torcedor, passa a ser enganado, porque paga caro por um produto, seja indo ao estádio ou na TV por assinatura, não quer seu time beneficiado, mas não quer prejudicado pelo VAR,” destacou.