Sindicato fala sobre shows e questiona gramado sintético: ‘Gera desnível técnico e lesões’

O futebol, o esporte mais amado e popular do Brasil, é também um campo de discussão constante e evolução. Entre os tópicos de debate mais recentes e controversos encontra-se o uso de gramados sintéticos em alguns estádios, incluindo o Estádio Nilton Santos, casa do Botafogo, o Allianz Parque, do Palmeiras, e a Arena da Baixada, do Athletico-PR. O presidente do Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, Alfredo Sampaio, recentemente se manifestou sobre essa questão em uma entrevista exclusiva ao canal "Resenha com TF".

Alfredo Sampaio e a Preocupação com o Desnível Técnico e a Lesão dos Atletas

Alfredo Sampaio começa a discussão enfatizando que sua preocupação central não é pessoal, mas sim o bem-estar dos atletas e a qualidade do futebol brasileiro como um todo. Ele afirma que o uso de gramados sintéticos cria um desnível técnico que não é condizente com a qualidade exigida em uma das principais ligas de futebol do mundo. Ele questiona por que a FIFA exige padronização nos gramados em competições como a Copa do Mundo, mas essa padronização não é aplicada consistentemente na liga brasileira.

O presidente do Sindicato fala também sobre a falta de estudos conclusivos sobre se os gramados sintéticos aumentam o risco de lesões para os jogadores. Embora ele não seja médico, ele menciona que a diferença no impacto nas articulações é perceptível para quem já jogou nesses campos, como é o caso dos Estados Unidos. Ele até mesmo atribui uma lesão específica a esse tipo de grama, no caso de Dudu, jogador do Palmeiras.

O Aspecto Econômico e de Entretenimento

Além da preocupação com as lesões, Sampaio levanta outra questão importante: o objetivo principal de ter gramados sintéticos no Brasil. Ele argumenta que muitos clubes estão adotando essa mudança não pelo desejo de ter gramados de alta qualidade, mas sim por motivos econômicos e de entretenimento. Os gramados sintéticos oferecem a oportunidade de realizar eventos e shows sem prejudicar o estado do campo, algo que não é possível com gramados naturais.

Padronização e Comparação Internacional

Sampaio também faz uma comparação internacional interessante. Ele observa que nenhuma das principais ligas europeias utiliza gramados sintéticos, com exceção da liga holandesa, que, aliás, planeja retornar ao uso de gramados naturais em breve. Ele menciona casos famosos, como Lionel Messi, que tem uma cláusula em seu contrato que o impede de jogar em gramados sintéticos. Isso levanta questões sobre a seriedade do assunto e a necessidade de uma discussão mais profunda.

A Necessidade de Um Debate Amplo

Alfredo Sampaio encerra a entrevista enfatizando que sua intenção não é impor uma opinião, mas sim abrir um debate aberto e desprovido de vaidade. Ele acredita que essa é uma questão que deve ser discutida amplamente, envolvendo atletas, técnicos, árbitros, fisiologistas, fisioterapeutas, médicos e todas as partes interessadas. Ele insiste que o futebol brasileiro precisa de uma análise honesta e aprofundada sobre o que é realmente benéfico para o esporte e para os atletas, em vez de ser orientado apenas por interesses comerciais.

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