Investidor participou da apresentação de Bruno Lage e esteve na Argentina para jogo do Bota
John Textor veio para o Brasil e participou da apresentação do técnico Bruno Lage à imprensa na manhã de quarta-feira (12/7), no Estádio Nilton Santos. O empresário norte-americano fez questão de fazer as honras da casa e falou antes do técnico português.
Depois da apresentação, Textor seguiu viagem para a Argentina e acompanhou a partida contra o Patronato, pelos playoffs da Copa Sul-Americana.
Confira declarações de John Textor - 12/07
Durante a apresentação do técnico Bruno Lage, no Estádio Nilton Santos, John Textor falou sobre diversos pontos do Botafogo. Veja abaixo as declarações.
Agradecimentos
Sinto-me muito honrado de ele ter acreditado e valorizado nosso projeto, de ter vindo nos ajudar. Foi isso que eu pedi a ele. Não pedi a ele para vir por três, quatro, cinco anos. Sei que vocês vão perguntar por quanto tempo ele vai ficar. Vamos apenas aproveitar que ele chegou nessa temporada especial. Não há garantias do que vai acontecer, mas acredito que esse é o próximo passo. Esperamos que ele traga mais coisas para o projeto, para contribuir com o bom trabalho que foi feito pelo Luís Castro. Agradeço ao Bruno por ter assinado e se juntado a nós.
Agiu rápido
É uma situação não muito usual, perder um treinador com o time na liderança. Não é segredo para ninguém que eu gosto do modelo europeu de investir em metodologia, estrutura, ter uma posse de bola em progressão aliado com uma boa estrutura tática ofensiva. Tivemos que trazer alguém muito bom e muito rapidamente para manter essa temporada mágica e até certo ponto surpreendente em que estamos.
Trouxemos um técnico interino por algumas semanas por causa dessa mudança repentina com a saída do treinador, precisamos de algumas semanas para encontrar um técnico a longo prazo. Essa temporada se transformou, de uma chance de vaga na Libertadores por uma chance de título. Nossos objetivos não mudaram, ano passado era permanecer e ir para a Sul-Americana, esse ano era buscar a Libertadores. Tem muito jogo pela frente, temos grandes times atrás de nós. Nenhum treinador ganhará todos os jogos, mas foi importante para mim buscar alguém rapidamente extremamente qualificado e experiente, que entende o que já construímos e pode manter os ajustes que sejam necessários para o restante da temporada.
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Luis Castro
Nunca tratei o treinador como treinador. O Castro, que chegou quase ao mesmo tempo que eu, eu e ele somos parceiros, nos comunicamos muita vezes como amigos. Vejo a influência do dinheiro saudita ao redor do mundo. Como dono, perguntei a ele: “Como você pode sair agora com o time no topo da tabela?”. Como amigo, falei: “Com 61 anos, tendo o dinheiro e a oportunidade, eu entendo porque ele iria sair”. Se o Cristiano Ronaldo me liga para eu encontrá-lo em Riad, eu provavelmente iria também (risos).
Mudança de comando
Sobre o projeto, nada é perfeito com nenhum treinador. Sei que temos um incrível vestiário, falei que não iria demiti-lo, e esse time vai superar a saída do Castro. Trazer um novo treinador é a oportunidade de desenvolver um trabalho de uma nova maneira. Cláudio Caçapa viu o treino e perguntou porque o Carlos Alberto não estava jogando, e veja o que ele fez nos dois jogos. Estamos felizes com a mudança, assim como amamos o Castro.
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Pontos a melhorar
Nós estamos ganhando jogos que “não deveríamos” e também com o coração e a determinação. Mas acho que precisamos mudar para continuar ganhando. Alguns jogos ganhamos porque executamos o plano de Castro perfeitamente. Mas em outros, como no do Grêmio, como não perdemos de 2 ou 3 a 0 no primeiro tempo? Então, trouxemos o Bruno para trazer uma sustentação nas vitórias.
Ganhamos muitos jogos na determinação dos jogadores, na união do vestiário. Isso não vai mudar, é um grande grupo de atletas. Mas vimos jogos que não tivemos a conectividade e a compactação entre os setores. Há muita coisa a ser feita para continuar nessa campanha. Não acho que devam perguntar se eu estou com medo de mudanças, esperamos que ele continue o trabalho.
Elenco
Já falei isso muitas vezes antes, não em uma sala com tanta gente. Campeonatos vêm com amor, não com medo. Não há planos de mudar o elenco. Estamos procurando fortalecer o elenco nessa janela de transferências. Fomos bastante inteligentes e pragmáticos nisso no passado e vamos continuar assim, com um dos melhores departamentos de scout com o qual tive o prazer de trabalhar. Nosso objetivo é manter esse grupo junto e agregar algumas peças. Vocês não encontrarão medo no clube ou no vestiário com essa liderança.
Não costumo falar especificamente sobre novos jogadores. Há alguns setores que precisamos reforçar. No Brasil a suspensão por cartões vem muito rápido, tivemos a lesão de um dos nossos grandes jogadores, um amigo pessoal, que é o Rafael, então estamos buscando suprir essas lacunas. Não sabemos se o jogador certo chegará nessa ou na próxima janela. Quando perdemos alguns jogadores chave, como Eduardo e Tchê Tchê, nosso estilo de jogo muda muito… Pedi ao scouting para ver quem podemos encontrar caso alguma dessas peças não podem atuar, vamos sempre estar olhando essas situações.
União do grupo
Quando estivemos no nosso momento mais difícil, parece que já tem uns dez anos, no Campeonato Carioca, existia muita preocupação e até um medo justificável. A razão de eu não ter mudado de treinador é por ter um vestiário muito especial, os jogadores acreditam muito neles e no propósito. Transformamos essa casa, o Nilton Santos, num lugar de suporte, de amor, uma casa que todos querem defender. Quero aqui também fazer um agradecimento aos torcedores, porque esse lugar agora é absolutamente mágico, bem diferente do que foi há um ano atrás.
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CT
Está sendo mais demorado do que gostaríamos, há questões naturais que demandam tempo, processos políticos. Nosso foco não está mais no Lonier, e sim nesse novo local. Gastamos dinheiro no último ano e meio no Lonier, mas não é o que queremos em termos de estrutura. Nossa relação com os Moreira Sales é muito boa, são torcedores apaixonados.
Reebok
Sobre a Reebok… Fiquei muito feliz com a versão final dos uniformes, a primeira camisa, a segunda, a branca, a dos goleiros… Muito animado que eles sejam divulgados, o site está sendo remodelado para melhor atender o consumidor. Vou deixar isso com Thairo (Arruda) e o Júlio (Gracco, diretor de comunicação) para passarem uma data exata. Estamos nas fases finais.
CEO
As coisas estão indo muito bem com o Thairo, não estou preocupado com essa questão como outras pessoas estão. Estamos conseguindo bons acordos com patrocinadores, muito engajamento com os torcedores, crescimento do Camisa 7… Muitas coisas boas estão acontecendo sob a liderança do Thairo, ele é o CEO efetivo. Estamos conduzido a busca por um CEO permanente porque o Thairo tem um grande trabalho a fazer na Eagle. Não há pressa porque não há despontamento com a liderança que há aqui. Vocês vão ver nas próximas seis, sete semanas nomes pintando, sendo entrevistados, devemos ter algumas notícias nas próximas semanas.
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Scout
Vocês lembram que quando eu cheguei estava pronto para trazer Cavani, Zahavi, estava atrás do James Rodríguez, falava que eram aqueles jogadores com 2% de chances. Mas Brito e Mazzuco trouxeram… Amo que tenhamos esse elenco de jogadores sem nome. Toda vez que contratamos, alguns de vocês disseram: “Quem?” E, agora, olha no que eles se tornaram. Quem nesse time de jogadores sem rosto seria substituído pelo Cavani? Não tenho certeza. Acho que temos um ótico scouting, com ótimos dados, vídeos e equipe e estamos contratando jogadores que ninguém ouviu falar, que ninguém pensou em contratar, e agora cantam músicas como “ahn ahn”.
No nosso elenco hoje, temos no nosso projeto algo interessante que tenho visto em clubes ao redor do mundo. O Crystal Palace pagou 8 milhões de libras (R$ 62,5 milhões) dois anos atrás pelo Michael Olise, que foi quase uma pechincha, e hoje ele vale muito mais. Mas ainda são 8 milhões de libras. Se eu pago isso no Brasil, é uma compra gigante. Mas, sobre os jogadores que temos hoje, Segovinhas, Carlos Albertos, jovens que nós damos oportunidades de fazer essas coisas lindas, são os mesmos jogadores que falamos de 10 milhões de dólares, 20 milhões, talvez até 30 milhões no futuro. Antes de me perguntarem se vou gastar 10 milhões para comprar algum jogador, adoro o projeto de desenvolvimento que temos aqui, porque esse dinheiro está no nosso elenco com pessoas que achamos no Paraguai, o Diego Hernández que gastamos dois milhões, enfim…
Gosto de ganhar dinheiro com salários, não pagando pela transferência a outros clubes. Não gosto de dar dinheiro para outros clubes
Jogo de sábado
Não estarei no jogo de sábado, verei-o à noite. Quero expressar minha gratidão ao Cláudio Caçapa. Tirei-o da sua família nas férias, muito grato por ter atendido minha ligação e ter vindo para o Botafogo. É um técnico fantástico, muito inteligente, um líder no vestiário, nos ajudou rapidamente a passar por esse momento difícil.
Após apresentação, John Textor seguiu para a Argentina
John Textor veio para o Brasil e participou da apresentação do técnico Bruno Lage à imprensa. Após, o empresário norte-americano viajou de jatinho fretado para Argentina e acompanhou Patronato x Botafogo.
Textor foi acompanhado de alguns membros do estafe do Botafogo, como o head scout Alessandro Brito. Ele encarou três horas de viagem ao Estádio Presbítero Grella e acompanhou o segundo tempo de Patronato 0 x 2 Botafogo, pela Copa Sul-Americana-2023, no meio da torcida botafoguense.
Após o jogo, o americano conversou com a reportagem do Paramount+ sobre o momento.
Prefiro ver o jogo com os torcedores na arquibancada. No Nilton Santos é mais difícil porque é muito cheio e eu seria uma distração. Hoje tinham uns 40 torcedores fanáticos aqui, então foi muito legal. A mãe do Victor Cuesta, a família dele estava com a gente. E deu sorte, logo saíram os gols. Prefiro ver os jogos assim do que ter de vestir um terno, como faço na Premier League.
Após voltar do Paraná (ARG), John Textor seguiu para São Paulo, onde terá reuniões sobre o tema da liga brasileira de clubes. Vale lenbrar que o Botafogo anunciou a formação de um bloco comercial único com Coritiba, Cruzeiro, Vasco e o Forte Futebol, sem aderir à liga.