Glorioso é líder disparado do Brasileirão e enfrenta o Cruzeiro fora de casa

O Botafogo goleou o Coritiba por 4 a 1 dentro do Estádio Nilton Santos no último domingo e chegou aos 43 pontos em 17 jogos, conquistando assim 84,3% de aproveitamento na competição. O jogo marcou também o recorde de público no Estádio Nilton Santos, com 43.071 torcedores presentes.

Comentaristas falam do momento vivido pelo Botafogo

Alguns jornalistas e comentaristas opinaram sobre o momento vivido pelo líder do Brasileirão. Veja abaixo alguns comentários da mídia.

André Loffredo, SporTV

Quarta optou por três jogadores diferentes: Gatito, não acredito que faça grande diferença, Lucas Perri é um dos melhores do Brasil, mas o Gatito tem história, acredito que seja o goleiro da Sul-Americana; Janderson no lugar do Tiquinho faz diferença; e Hugo no Marçal. Gustavo Sauer já daria para considerar titular. Era quase força máxima, Tiquinho é jogador de exceção. Ele faz o gol, mas tem boas entradas, como o Júnior Santos, que sofre o pênalti, e o Segovinha, que dá uma bagunçada. É um time que está pronto para sair de situações difíceis, como foi contra o Santos e ontem. Já está na lista dos times que se recusam a perder. Essa lista tem o Palmeiras e o Palmeiras. 

Se retirar o Campeonato Carioca, que o Botafogo desprezou, é uma temporada espetacular. Mesmo se colocar. O início e a eliminação na Copa do Brasil colocam uma dúvida, mas depois é espetacular. E é bom de ver joagr, os jogadores de lado partem para cima o tempo inteiro, o atacante visa o gol e sai para buscar, zagueiros jogam demais, volantes também, Marlon Freitas tem feito uma partida melhor que a outro. Tem dado gosto.

Luiz Teixeira, SporTV

O papel ontem, além da vitória, foi cumprido com excelência porque tem compromisso importante domingo, ninguém saiu machucado, o time venceu, deu rodagem aos reservas. O Botafogo está com confiança altíssima, senão não poderia ver os pontas com tanta velocidade, teve até lambreta, tem o centroavante melhor jogador do campeonato junto com Eduardo, Sauer ganhando confiança, dupla de zaga muito técnica e física. É um time preparado, pronto para ser campeão.

Júnior, SporTV

Hoje ele é o melhor centroavante disparado, inclusive com os que estão lá fora também. Eu sinceramente não o conhecia, não reparava nas qualidades do Tiquinho. Hoje posso falar que é um centroavante completo. Você tira ele da posição que ele gosta e bota para jogar atrás armando, ele vai jogar com a mesma eficiência e talento. Eu o convocaria facilmente. É o melhor jogador do Brasileiro, o artilheiro, hoje tem uma deficiência nessa posição, por que não levá-lo?

Sérgio Xavier Filho

Acho que não (convocaria). Eu acredito em preparação para a Copa do Mundo e não sei se o Tiquinho vai conseguir sustentar até a Copa. Tem um ponto a favor dele que o futebol europeu está voltando agora, quem chegar em setembro vai estar com um mês de temporada, o Tiquinho está lá em cima na curva e, pelo desempenho no cenário nacional, merece sim uma convocação. Se a Copa fosse no ano que vem, o Tiquinho teria que estar numa série discussão. Mas, pensando em início de ciclo…

Tem uma página em branco para ser escrita com o Diniz. Tiquinho estar na lista seria merecido, mas não estar também você pode pensar no processo, na característica de centroavante que o Fernando Diniz quer colocar na Seleção. Ele utiliza muito bem o homem de área no Fluminense, que é o Germán Cano, mas agora ele pode escolher qualquer um. Agora vamos ver coisas autorais do Diniz, com ideias que talvez ele nunca tenha colocado em prática. E aí pode não haver espaços para esse homem de área.

André Risek, SporTV

Quem é o grande beneficiário dessa situação é um jogador do Botafogo, Tiquinho Soares. Se o Pedro, que disputou a última Copa do Mundo, já foi convocado esse ano e parece nesse momento carta fora do baralho, não vem jogando, Tiquinho Soares, aos 32 anos, passa a ser uma grande opção para a Seleção Brasileira, para a primeira convocação do Diniz no dia 18.

Ninguém discute que hoje não há centroavante brasileiro jogando mais bola que Tiquinho Soares. Fica a dúvida se Diniz vai chamar os melhores do momento, e aí o Tiquinho vai ser convocado, porque na bola ele vem jogando mais que todo mundo. Para quem pensa que só pode chamar quem vai estar no ápice na Copa, talvez isso prejudique o Tiquinho, porque ele terá 35 anos lá. Tiquinho pode ser o grande vencedor dessa batalha entre Pedro e Flamengo.

Francisco Aiello, SporTV

Depois do gol, o Guaraní fez o que se esperava dele, baixou as linhas. O Botafogo foi para cima, faltava capacidade de quebrar essas linhas. Queria dar um destaque ao técnico Bruno Lage, porque vimos o Botafogo sob comando do Luís Castro sendo muito pragmático, não só na forma de jogar no início, como nas mexidas. Com Luís Castro sempre jogava no 4-3-3, não mudava a forma de jogar. As alterações eram Tiquinho Soares por Matheus Nascimento, Júnior Santos por Gustavo Sauer, Luis Henrique por Victor Sá. Já no jogo com o Coritiba, o Bruno Lage faz mudança com Sauer não pelo lado, mais por dentro com Eduardo.

Ontem ele percebe necessidade de mexer, faz três trocas no intervalo. Hoje não é muito comum, os técnicos voltam com a mesma formação, entendem que o papo do intervalo é suficiente para mudar maneira de jogar. Costumam mexer com 15 minutos. O Bruno não. Ele foi de uma percepção espetacular, viu que não estava funcionando, precisava de jogadores para quebrar linha de marcação. Quando coloca Tiquinho e Matías Segovia, mais Philipe Sampaio por questão física ou clínica do Adryelson, o Botafogo muda por completo. Segovinha é um quebrador de linhas. Para quebrar a marcação, tem que ter o drible, que gera três possibilidades, passar, sofrer a falta ou perder a bola. Duas são positivas. Foi o que aconteceu, envolveu o Guaraní, fez golaço com Hugo e virou com o pênalti bem marcado no Júnior Santos e convertido pelo Tiquinho.

Acho que é uma mais proposta mais aberta, vemos pelo comportamento dos dois laterais. Estão mais agudos, mais presentes no campo do adversário. Acho que os dois laterais estão jogando mais no campo ofensivo, isso de certa maneira cria desequilíbrio na parte defensiva, exige mais do Tchê Tchê e do Marlon Freitas, que vem fazendo temporada excepcional. Começou o ano no banco, sem muitas oportunidades, esperou a oportunidade, quando entrou não saiu mais. Consegue preencher bem o meio, não só no combate, mas também na parte ofensiva. Tchê Tchê cresceu justamente pela presença do Marlon. Pode ser sim um time mais ofensivo com Bruno Lage, amassou Coritiba e Guaraní. Se tem proposta mais ofensiva, é natural que deixe zaga mais descoberta.

Carlos Eduardo Mansur

O Botafogo está numa fase tão iluminada que encontra soluções para jogos que por vezes parecem mais travados. No segundo tempo conseguiu construir mais à sua maneira. Desde que assumiu, o Lage faz com que o time assuma alguns comportamentos um pouco diferentes do que era com o Luís Castro, e isso era inevitável. Hoje me parece ser um time que aposta numa pressão ofensiva por muito mais tempo, o que leva a linha defensiva a jogar um pouco mais longe da sua área.

Hoje ele inicia também com o Marlon Freitas vindo buscar entre os zagueiros, numa saída de três, e os laterais iniciando as jogadas mais adiantados, antes eles recebiam mais em progressão. No segundo tempo, os dois laterais parecem ter um comportamento mais próximo do que habitualmente acontecia.

É natural que essas pequenas questões apareçam e surjam como variações de jogo para o futuro. O time teve uma ou outra dificuldade, mas continua sendo um Botafogo forte. Foi colocado diante de um jogo de muita dificuldade, contra um adversário que se fechava por vezes com seis na última linha, e o Botafogo conseguiu resolver um jogo muito desafiador.

Rafael Marques, Rádio Globo

Trabalho no futebol desde 1999, vi o título brasileiro de 1995, aquele time não tinha a variação de jogo desse time, a unidade de grupo desse time. Não sei se a história vai dizer que esse time é melhor que aquele, porque depende do título e porque existe certo romantismo com Túlio Maravilha, Donizete, Wagner, mas posso dizer que esse Botafogo tem um jeito de jogar tão autoconfiante, tão seguro, que é difícil encontrar algo para ser ajustado. É um time que não oscila, mesmo quando não vence compete. Não sei o que o futuro vai dizer, sei o que meus olhos veem. Tudo está se encaminhando para a apoteose, para o êxtase. O Botafogo tem capacidade ímpar de avançar etapa por etapa do Campeonato Brasileiro e alcançar o objetivo. Está fazendo tudo como tem que ser feito. E hoje não tem outros times que mereçam assim como ele alcançar, por irregularidade, oscilação técnica, seja qual for a razão.

Como analista, nunca vi um time do Botafogo jogar a bola que esse time está jogando. Acredito no meu avô e no meu bisavô, que falavam dos tempos de Garrincha, foram anos incríveis. Não discuto a história, respeito o que esse clube fez pelo futebol mundial e o quanto tem de responsabilidade por algumas das estrelas na camisa da Seleção Brasileira, mas posso dizer que o que estou vendo é o melhor do time do Botafogo. É melhor que o do Seedorf, que o de Jair Ventura, joga melhor que os times campeões de 1995, 1993, 1989, 2010. Este é o melhor Botafogo que vi na vida. Eu e milhares de torcedores. Sei que a ansiedade é grande do torcedor, a empolgação também, a química com a torcida é absurda, serve como combustível a mais para time bem preparado tecnicamente, fisicamente, mentalmente, taticamente, com todo mundo vivendo uma fase individual esplêndida. É mais que uma fase, é uma estrutura de encaminhamento de uma conquista, que claro, por responsabilidade, não podemos dizer que já aconteceu. Mas caminha para acontecer.

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