Decisões polêmicas após a suspensão de Botafogo x Athletico-PR desafiam as regras

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) enfrenta críticas e polêmicas após as decisões tomadas em relação à partida entre Botafogo e Athletico-PR, que foi suspensa devido a problemas de energia elétrica no Estádio Nilton Santos, no último sábado, 21 de outubro. Essas decisões foram consideradas uma violação direta do próprio Regulamento Geral de Competições (RGC) da entidade, como apontado pelo jornalista Thales Machado, do "O Globo" e "Extra," em sua conta no Twitter. Neste artigo, vamos analisar dois artigos do RGC que foram desrespeitados, as consequências dessas ações e a reação do Botafogo.

Artigo 21: Acesso do torcedor e o conflito com o Flamengo x Vasco

O primeiro artigo do RGC desrespeitado pela CBF foi o artigo 21, que assegura que os torcedores que pagaram pelo ingresso têm direito a acessar o estádio na continuação de um jogo suspenso. No caso, a partida do Botafogo foi remarcada para o domingo, no mesmo estádio, mas devido ao clássico Flamengo x Vasco no Maracanã, também pela 28ª rodada do Brasileirão-2023, o jogo do Glorioso foi determinado como sendo de portões fechados, impedindo a presença dos torcedores. Esta decisão direta vai contra o que está estabelecido no RGC, gerando um claro conflito entre as ações da CBF e as regras previamente estipuladas.

Artigo 26: Intervalo entre jogos e o adiamento de Fortaleza x Botafogo

O segundo artigo desrespeitado foi o artigo 26, que deixa claro que a regra de 66 horas de intervalo entre jogos não vale para o caso de "nova disputa de partidas suspensas". A CBF justificou o adiamento da partida entre Fortaleza e Botafogo, originalmente marcada para terça-feira, alegando que não haveria o tempo mínimo de 66 horas entre os jogos. Esta decisão também contraria o regulamento estabelecido pela própria entidade, o que levanta dúvidas sobre a interpretação e aplicação consistente das regras.

Implicações legais e a reação do Botafogo

Ambas as decisões tomadas pela CBF nesse contexto têm implicações significativas. Elas não apenas desrespeitam o regulamento da competição, mas também abrem espaço para possíveis ações jurídicas por parte dos torcedores, que foram privados de assistir à partida de seu time. A falta de consistência na aplicação das regras compromete a integridade e a credibilidade das competições organizadas pela CBF.

Uma observação importante é a aparente falta de contestação por parte do Botafogo em relação às ações da CBF. O clube parece estar menos preocupado do que seus torcedores com o desrespeito ao regulamento, o que levanta questões sobre a responsabilidade e o comprometimento das equipes em assegurar que as regras sejam cumpridas.

A nota oficial da CBF

A CBF emitiu uma nota oficial na madrugada de domingo, 22 de outubro, explicando suas decisões após a suspensão do jogo entre Botafogo e Athletico-PR. A nota enfatizou que as decisões foram tomadas em acordo com os clubes envolvidos e justificou a realização do jogo à porta fechada devido a questões de segurança pública relacionadas ao clássico Flamengo x Vasco.

A entidade também anunciou o adiamento da partida entre Fortaleza e Botafogo, alegando a necessidade de respeitar o intervalo mínimo de 66 horas entre os jogos, de acordo com o artigo 26 do RGC.

A controvérsia em torno dessas decisões destaca a importância da aplicação consistente das regras estabelecidas pela CBF e a necessidade de transparência e responsabilidade na gestão das competições de futebol no Brasil.

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