Treinador do Botafogo falou sobre os 3x0 do time contra Bahia
Bruno Lage, técnico do Botafogo, colocou seu cargo à disposição após a derrota de 2 a 1 para o Flamengo, no Estádio Nilton Santos. O treinador alegou que aguenta a pressão, mas pensa em preservar os jogadores.
Confira declarações de Bruno Lage após Publicidade.
Coletiva Bruno Lage - Botafogo x Flamengo
Abaixo, veja trechos da coletiva de Bruno Lage após a derrota do Botafogo.
Pressão no cargo
Pelo que dizem, o Botafogo já está campeão, se houver qualquer coisa pelo caminho, “foi você que estragou”. Essa pressão tem existido desde o primeiro dia, aguento de forma tranquila. No primeiro jogo não pude contar com Victor Cuesta e Eduardo, fui criticado por não fechar os gols. Isso é da minha vinda. Vai haver sempre essa coisa de o que o Bruno Lage está a fazer. Se o treinador que começou estivesse aqui, não tinha acontecido. É apenas a sequência do que está a fazer, as pessoas estão a apontar meu percurso. Por que vim? Porque o treinador anterior aceitou outro projeto, saiu daqui supostamente já campeão. Os torcedores também já estão no modo campeão. Quiseram encontrar um indivíduo caso a equipe não seja campeã.
Eu aguento essa pressão de forma natural. Eu sabia disso. Estive no Benfica, se forem observar, tem uma série de vitórias e de recordes muito boa, os melhores turnos do campeonato, no Wolverhampton também melhor série fora de casa. Chego no Botafogo, tem boa sequência inicial, sinto que o que faço não é suficiente para os adeptos. Sinto que fui muito desejado, que fui escolhido, mas que essa pressão eu aguento facilmente. Mas a sequência que cai em olhar só para o meu percurso não é necessária para nossos jogadores. O que eles têm feito até aqui, de bater todos os recordes, permite ter esse resultado, que não queríamos. Quando cá cheguei, tive oportunidade de empates fora e vitórias em casa, aumentar a distância, mesmo assim não era suficiente. As pessoas diziam que éramos campeões, sinto isso.
Cargo à disposição
A pressão sobre mim é tranquilo, mas só olharem para o meu percurso é uma pressão muito grande nos meus jogadores. Não admito. Só há uma forma de libertar-nos, nesse momento coloco meu lugar à disposição do diretor, do presidente. Não falei com ninguém antes da entrevista, mas tenho contrato com o Botafogo até dezembro, é muito dinheiro de ordenados, prêmios praticamente garantidos de Libertadores, prêmio de campeão, mas não tenho problema de abdicar. Não sou guloso de dinheiro. Não posso é suportar pressão nos meus jogadores. Meu lugar está à disposição de quem manda.
VAR
Pelo que tenho analisado, estou aqui recentemente, tenho visto tantas decisões pelo VAR, hoje estranhamente os gols do adversário mereciam pelo menos chamada de atenção para serem analisados e revistos. O primeiro gol foi contra, mas o adversário estava lá e a bola ia para ele, já vi lances muito semelhantes nessa situação. E o outro uma falta clara sobre o Tchê Tchê, empurrado nas costas, na sequência sai o segundo gol.
Jogo no sábado
Vou falar algo que falei durante a semana, em português, mas tem termos diferentes. Não falei que não havido jogos às quartas e sábados. Sou um treinador que já fiz muitos jogos de Liga dos Campeões, Taça Uefa, mesmo na Inglaterra, onde não temos três dias de intervalo. O que disse e reafirmo é que se o adversário jogasse na quarta esse jogo não seria realizado hoje, seria amanhã. Isso não tem a ver com ser apenas três dias.
Botafogo melhor no jogo
Me diga um jogo desde que cá estou que tive a oportunidade de ter todo mundo disponível, em que pudesse colocar todos juntos? São opções. Dizer que não ganhou por essas decisões é uma análise curta. Fizemos um bom jogo, fomos muito melhores que o adversário. Com um gol sofrido.no primeiro minuto, que com o VAR não deveria ter existido, a equipe teve capacidade e coragem de ir à procura de outro resultado. Marcou um gol, teve várias oportunidades e, em uma oportunidade que deveria ser revista pelo VAR, sofreu um grande gol.
JP
Acho que o JP fez… Vou estar curioso para ver o que foi o duelo dele e o Bruno (Henrique), a quantidade do confronto. Tem tido uma evolução muito boa e na minha opinião fez um jogo sólido. Desde o primeiro dia ele tem sido questionado em tudo, e essa pressão vem da primeira pergunta que me fizeram, de que se houver qualquer coisa pelo caminho, “foi você que estragou”.
Mudanças na equipe
Quando vim para cá, uma das coisas, com a experiência que tenho tido na vida, vim olhar para o todo, o que a equipe está a fazer e o que posso melhorar. E ter a experiência dos jogadores, falando com eles, além do percurso brilhante de vitórias, o que podemos caminhar mais, onde poderia ser a evolução. Fomos conversando que poderíamos ser uma equipe que controlasse melhor o jogo com a bola, dar passes em frente para ser mais pressionante. Esse foi o caminho que estamos vindo a construir, olhando para equipe e jogadores.