Proibição de torcida botafoguense no Uruguai gera debate e pode ter consequências graves para a competição.

A partida entre Botafogo e Peñarol pelas semifinais da Libertadores promete ser marcada por mais que apenas o futebol. A decisão do governo uruguaio de proibir a entrada de torcedores botafoguenses no estádio do Campeón del Siglo gerou uma grande polêmica e pode ter consequências significativas para a competição.

Peñarol x Botafogo: O que aconteceu?

Tudo começou após os incidentes envolvendo torcedores do Peñarol no Rio de Janeiro, durante o jogo de ida. Em resposta, o governo uruguaio decidiu, por motivos de segurança, vetar a presença de torcedores botafoguenses no jogo de volta. Essa decisão, no entanto, vai contra o regulamento da Conmebol e gerou uma série de questionamentos.

As consequências da proibição

A proibição da torcida botafoguense pode ter diversas consequências, tanto para os clubes quanto para a competição como um todo:

  • Desequilíbrio esportivo: A ausência da torcida visitante pode gerar uma vantagem injusta para o time mandante.
  • Punição para o Peñarol e a Associação Uruguaia de Futebol: A Conmebol pode aplicar punições aos clubes e à federação uruguaia por não garantirem a segurança dos torcedores visitantes.
  • Mudança de local da partida: Existe a possibilidade da Conmebol decidir mudar o local da partida, caso o Uruguai não ofereça as condições de segurança necessárias.
  • Prejuízo financeiro para o Botafogo: A proibição da torcida gera um prejuízo financeiro significativo para o clube, que deixa de arrecadar com a venda de ingressos.

A posição dos envolvidos

  • Botafogo: O clube se mostrou surpreso e indignado com a decisão, alegando que a mesma fere o regulamento da Conmebol e cria um precedente perigoso.
  • Peñarol: O clube uruguaio, por sua vez, defende a decisão do governo, alegando que a segurança dos torcedores é a prioridade.
  • Conmebol: A entidade máxima do futebol sul-americano ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso, mas é esperado que tome uma decisão nos próximos dias.

Veja a nota oficial do Botafogo:


O Botafogo foi surpreendido, na tarde desta segunda-feira (28), com um ofício do Ministério do Interior do Uruguai formalizando, por razões de segurança, o veto à presença de torcedores do Botafogo no jogo da volta da semifinal da Libertadores, contra o Peñarol, no Estádio Campeón del Siglo.

– O Botafogo discorda veementemente das decisões das autoridades uruguaias. O Clube acredita que o Uruguai é um país que reúne plenas condições para garantir a realização do duelo com total segurança. O Botafogo reafirma ainda que é contra qualquer tipo de violência e que preza por uma disputa leal em campo.

– O Regulamento é claro no sentido de que a obrigação da manutenção da segurança é de responsabilidade do Clube Local ou da Federação/Confederação Nacional. Em face do que foi apresentado, está evidente que o Peñarol e a Polícia de Montevidéu (Policia Nacional do Estado Maior – Ministério do Interior) assumiram a incapacidade em garantir a segurança de torcedores e delegações de ambas as equipes. O Botafogo acredita que essa infração do regulamento não deve passar impune pela CONMEBOL. Por este motivo, estamos acompanhando junto à entidade os desdobramentos para assegurar o estrito cumprimento do Regulamento da Competição.

– Uma decisão unilateral como esta abre um precedente muito perigoso para a competição pois o critério de “falta de segurança” poderá ser usado por qualquer outra agremiação para impedir a entrada da torcida visitante nos jogos CONMEBOL. O Botafogo crê que o clube que não garantir segurança da torcida visitante não pode ser beneficiado por suas próprias falhas.

– As tensões existentes devem ser resolvidas de forma diplomática pelos clubes. Nesse sentido, o Botafogo tomou todas as providências possíveis — incluindo uma comunicação oficial antes do duelo de ida — onde reforçou a importância de que seus torcedores prezassem pela paz e respeito ao adversário, fato que culminou em um comportamento exemplar dos alvinegros. Porém, o que foi visto desde então, por parte da direção do Peñarol, são discursos inflamados e uma posição contrária à boa prática institucional. Em meio a isso, fica o questionamento: “Ora, se a direção do Peñarol mostrasse uma postura mais construtiva e pacificadora, estaríamos discutindo este tema de segurança no dia de hoje?”

– O Botafogo confia na CONMEBOL para tomar as medidas cabíveis visando a segurança de todos os envolvidos e a manutenção do equilíbrio esportivo.

– Por fim, o Botafogo acionou o Itamaraty, o Ministério dos Esportes e a Policia Federal/Interpol com o intuito de preservar a segurança dos torcedores que estão em Montevidéu.

A proibição da torcida do Botafogo no Uruguai é um caso que merece atenção especial. A decisão do governo uruguaio levanta diversas questões sobre segurança, fair play e o papel das instituições envolvidas. As consequências dessa decisão podem ser sentidas por muito tempo, tanto dentro quanto fora das quatro linhas. Resta agora aguardar a decisão da Conmebol e torcer para que a justiça seja feita.

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