O último sábado (21/10) foi marcado por um episódio inusitado que abalou o Estádio Nilton Santos, onde o Botafogo enfrentava o Athletico-PR pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro-2023. Apagões interromperam a partida, causando transtornos para os torcedores e levantando questionamentos sobre a capacidade do clube em lidar com esse tipo de problema. A jornalista Joanna de Assis, no programa "Redação SporTV," relatou que o clube manteve a posição de que um pico de energia (responsabilidade da Light) desestabilizou a situação, mas admitiu que o gerador interno não foi suficiente para resolver o contratempo.

De acordo com a repórter, o Botafogo afirmou que seus geradores deveriam ser capazes de suprir as demandas do estádio inteiro. O clube está agora empenhado em reforçar o sistema e substituir peças defeituosas no disjuntor, com a expectativa de que tudo funcione plenamente o mais rapidamente possível.

Entretanto, os problemas de energia não afetaram apenas a logística do clube, mas também tiveram implicações esportivas. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) teve que tomar medidas extraordinárias, contrariando seu próprio regulamento de competições, ao marcar a continuação do jogo com o Athletico-PR, porém, sem a presença de público, no domingo. Além disso, a partida contra o Fortaleza, originalmente prevista para a terça seguinte, precisou ser adiada.

Botafogo busca evitar que problema se repita

Em resposta às alegações do Botafogo, a Light, empresa responsável pelo fornecimento de energia, divulgou uma nota na segunda-feira (23/10), insistindo que a culpa pelo problema de energia recai sobre o clube. A empresa alegou que técnicos identificaram um defeito interno de responsabilidade do Botafogo, negando que tenha qualquer responsabilidade sobre instalações internas do estádio. A Light revelou ainda que disponibiliza duas linhas de distribuição de energia exclusivamente para o Nilton Santos, o que deveria proteger o local de eventuais quedas de energia na região, algo que não foi registrado pela empresa nas ruas próximas.

Apagões no Nilton Santos

Diante dessas alegações, o Botafogo optou por não comentar publicamente a nota da Light e concentra seus esforços na resolução do problema. A situação de um jogo ser cancelado e remarcado para o dia seguinte, como ocorreu em Botafogo x Athletico-PR pelo Campeonato Brasileiro, é inédita no Estádio Nilton Santos. No entanto, apagões no local já foram um problema recorrente nos primeiros anos da concessão.

Em pelo menos três ocasiões anteriores, o Botafogo enfrentou problemas no fornecimento de energia, mas saiu vitorioso. Em 2008, no Brasileirão, o Botafogo derrotou o Sport por 2 a 0, com gols de Jorge Henrique e Diguinho, em uma partida que teve 20 minutos de apagão no segundo tempo. Em 2010, no Campeonato Carioca, o Botafogo venceu o Olaria por 2 a 0, após uma forte chuva causar a interrupção da energia e paralisação por 19 minutos. Antônio Carlos e Gabriel marcaram os gols. Já no Campeonato Brasileiro de 2011, o Botafogo venceu o Grêmio por 2 a 1 em um jogo que teve 22 minutos de paralisação devido a problemas na energia. Marcelo Mattos e Elkeson marcaram os gols alvinegros, com Rafael Marques descontando.

No presente ano, o estádio sofreu três apagões, afetando também os jogos Flamengo x Fluminense e Fluminense x Libertad. Nas temporadas subsequentes, o Nilton Santos resistiu a fortes chuvas e outros fatores externos na maioria das vezes, muitas vezes com o uso de geradores para evitar interrupções.