Clube carioca causa polêmica com gastos exorbitantes, mas planejamento a longo prazo e sinergia com a Eagle Football podem justificar a aposta
O Botafogo tem sido o centro das atenções no mercado de transferências brasileiro, com um investimento de cerca de R$ 390 milhões em 2024. A decisão de abrir os cofres para contratar grandes nomes como Thiago Almada e Luiz Henrique tem gerado debates acalorados, com críticas e elogios à estratégia do clube.
Um investimento planejado no Botafogo
Apesar do valor alto, o Botafogo tem um plano bem definido para gerenciar as finanças. A maior parte das contratações está sendo realizada de forma parcelada, com pagamentos distribuídos ao longo dos próximos anos. Isso permite que o clube mantenha um fluxo de caixa saudável e evite um impacto negativo imediato nas contas.
Além disso, o clube tem buscado oportunidades no mercado para adquirir jogadores sem custos de transferência, como Igor Jesus, Allan e Alex Telles. Essa estratégia, combinada com a venda de alguns atletas, tem ajudado a equilibrar as finanças.
A visão do economista
Cesar Grafietti, economista especializado em finanças de clubes, avalia que a estratégia do Botafogo é razoável. Segundo ele, existem duas formas principais de gerar receita no futebol: comprando barato e vendendo caro, ou negociando jogadores. O Botafogo está atuando em ambas as frentes.
"A primeira parte já está sendo feita, à medida que John Textor comprou o Botafogo em dificuldades e já o transformou num clube mais competitivo. Sobre a segunda, veja, há exemplos de clubes que vivem e se especializam nessa estratégia. Os casos mais conhecidos são Atalanta, Udinese, Lille, Monaco, e os grandes portugueses", explica Grafietti.
O economista ressalta, no entanto, a importância de equilibrar as contratações com as vendas. "É preciso evitar o erro que o Chelsea comete, contratando muito e sobrecarregando a folha, para ter que negociar atletas a qualquer preço posteriormente", alerta.
A sinergia com a Eagle Football
O Botafogo faz parte da Eagle Football, uma rede de clubes controlada por John Textor. Essa estrutura permite que o clube se beneficie de uma gestão mais profissional e de uma maior capacidade de investimento. Além disso, a sinergia entre os clubes pode facilitar a negociação de jogadores e a geração de receitas.
"Do ponto de vista de negócio, ter uma estrutura multiclubes realmente permite potencializar esse tipo de operação. Leva-se de um lugar para outro, conforme a conveniência financeira, mas a cereja no bolo é ter um clube relevante numa liga de ponta", afirma Grafietti.
E os resultados em campo?
Com o elenco reforçado, o Botafogo espera ter um melhor desempenho esportivo e conquistar títulos. Além disso, o clube projeta um aumento significativo nas receitas, que podem chegar a R$ 650 milhões.