A denúncia é contra o possível uso do clube pelo dono, John Textor, como satélite para o francês Olympique Lyonnais
A torcida Botafogo Antifascista usou suas redes sociais para denunciar um possível uso do clube como satélite para o Olympique Lyonnais (Lyon). O norte-americano John Textor, dono da Eagle Football Holdings e da SAF Botafogo, também é dono do clube francês e recentemente causou polêmica ao tirar o jovem Jeffinho do Bota e levar para o clube europeu.
O atacante foi vendido por €10 milhões (R$ 55,2 milhões), com possibilidade de mais €2,5 milhões (R$ 13,8 milhões) em bônus no caso de metas individuais cumpridas, sendo assim a maior venda da história do Botafogo.
Torcida Botafogo Antifascista protesta
Confira (na íntegra) a nota do Botafogo Antifascista:
YANKEE, GO HOME!
Após a instituição da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Botafogo e a venda de 90% de suas ações a um bilionário ianque, já era mais do que evidente que o clube se tornaria um modelo de negócios que busca somente proporcionar retorno financeiro ao acionista majoritário. Entretanto, as últimas negociações envolvendo atletas do elenco de futebol profissional do Glorioso revelam que o cenário é pior do que se imaginava.
Além de um mero empreendimento para satisfazer os anseios de busca incessante por lucro e acumulação de capital do empresário, o Botafogo tornou-se satélite na hierarquia do grupo Eagle Football Holdings que engloba outros clubes sob controle do bilionário ianque John Textor. A condição de clube-satélite, à qual o Botafogo foi submetido, ficou escancarada após a publicação de uma nota pelo Alvinegro no último sábado (28/01) por ocasião do anúncio da transferência de Jeffinho, jogador que despontara como o maior destaque do time comandado por Luís Castro, para o Lyon da França, que também pertence ao grupo controlado por Textor.
Tal nota faz questão a todo momento de ressaltar que o Botafogo converteu-se em uma espécie de incubadora de atletas cuja atividade comercial não passa de um trampolim para jogadores formados pelo clube. E aqui sequer entramos no mérito das cifras envolvidas na transação, afinal, jamais iremos naturalizar um quadro onde quem quer que seja retire os grandes destaques do Glorioso para sanar sua ganância pelo lucro desenfreado. Lembrando ainda que não há nada que impeça que essa prática torne-se recorrente. Há momentos em que o óbvio precisa ser dito: não torcemos por um banco, nem por uma financeira!
No caso de Jeffinho, em uma atitude de total descaso e desrespeito com a torcida botafoguense, o patrimônio do clube foi lesado por meio de uma venda relâmpago, poucos meses após a estreia do atleta com a camisa alvinegra, e sem que ele antes gerasse qualquer retorno ao clube em termos de conquistas. Quem ama de verdade o Botafogo e deseja títulos para o clube é a sua apaixonada torcida e, não, um bilionário ianque megalômano, fanfarrão, reacionário que acha que pode tratar uma das instituições de maior tradição no futebol mundial como se fosse seu brinquedo.
Seguimos acreditando que a solução para o Botafogo é a democratização do clube para que os rumos do Glorioso sejam ditados por quem de fato o ama de verdade: a sua apaixonada torcida. E sempre rechaçaremos a ideia de que os rumos da razão do nosso existir seja ditado apenas e simplesmente por um bilionário ianque.
Coletivo Botafogo Antifascista
Amando o Botafogo
Combatendo os fascistas e os ianques
A nota do coletivo Botafogo Antifascista acerca do modelo de negócios da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Botafogo e de seu acionista majoritário, John Textor, foi nominalmente citada no programa Redação Sportv. + pic.twitter.com/4agehOJuiy
— Botafogo Antifascista (@bfrantifascista) February 6, 2023