Diretor do Botafogo, Alessandro Brito, revela detalhes sobre negociações e bastidores do clube.
Quem nunca sonhou em ver um craque mundial vestindo a camisa do seu time do coração? No Botafogo, essa possibilidade esteve mais perto do que se imagina. Neste artigo, vamos te levar para os bastidores das negociações que marcaram o Glorioso nos últimos tempos, com histórias divertidas, negociações rápidas e viradas de jogo. Prepare-se para conhecer os detalhes das tentativas de contratação de Cavani, a chegada relâmpago de Alex Telles e a curiosa história de Júnior Santos.
Cavani quase botafoguense: uma negociação que tomou proporções épicas
Você sabia que o Botafogo chegou muito perto de contar com o talento de Edinson Cavani? Em 2022, a diretoria alvinegra iniciou as tratativas para trazer o uruguaio, mas a negociação acabou tomando proporções inesperadas. Em uma reunião marcada para tratar do assunto, mais de 60 pessoas da SAF foram convidadas por engano!
O John falava muito do Cavani. E muitos intermediários hoje no futebol querem fazer o negócio, mas realmente não têm o controle do negócio. E daí a gente conseguiu chegar até o irmão do Cavani. Na época eu falei: “Mazzuco, eu consegui encontrar o contato do irmão do Cavani e conseguia fazer uma reunião com ele.” E o Mazzucco falou para ir em em frente. O Botafogo tinha acabado de fazer aquele sistema novo de e-mail da SAF, em que você consegue bloquear a agenda e dispara para todo mundo. E eu, falando com o Mazzuco: “Já vou bloquear a agenda aqui e mandar o invite [convite]”. Cara, eu mandei o invite para a SAF inteira (risos). Todo mundo da SAF sabia da reunião do Cavani. Eu não sabia. Entrei na reunião, tinha mais de 60 pessoas. Daí o irmão do Cavani entrou e já saiu da reunião, me mandou uma mensagem: “Cara, o que é isso?” Só que não vazou nada do Botafogo.
Apesar do susto, a negociação não avançou, mas a história ficou marcada pela leveza e bom humor de Alessandro Brito, diretor de gestão esportiva do clube.
Alex Telles: a contratação relâmpago que surpreendeu a todos
O Botafogo também nos presenteou com uma contratação relâmpago. Alex Telles chegou ao clube de forma inesperada, após estar livre no mercado. A negociação foi tão rápida que, em apenas 12 horas, o contrato já estava assinado.
Foi uma oportunidade de mercado. Sabemos do nível dele. Pela questão de relacionamento, o agente dele me procurou, procurou o John também, falando que ele sairia livre dia 30, dia 31. Eu achava que seria difícil… Na madrugada, ele mandou o ofício para mim, e falei: “John, ele realmente saiu livre, mas temos que acelerar”. E ele respondeu: “Acelerar não, vamos fechar e amanhã ele embarca”. Foi assim. A gente fez uma ligação, nosso jurídico também foi muito eficaz, e em 12 horas o contrato já estava sendo assinado. Não demos margem para nenhuma outra equipe pensar em trazê-lo.
A agilidade na negociação demonstra a eficiência da diretoria e a vontade do jogador em vestir a camisa alvinegra.
Júnior Santos: a aposta do Botafogo que deu certo
A história de Júnior Santos no Botafogo é marcada por uma reviravolta. Inicialmente, o treinador Luís Castro não era muito fã do jogador. No entanto, após algumas atuações, o português mudou de ideia e se tornou um grande admirador do atacante.
Tem uma história do Júnior Santos que virou xodó da torcida. Quando chegou, havia desconfiança externa, mas nosso departamento acreditava muito nele. Na segunda janela de transferências de 2022, identificamos o Tiquinho Soares e queríamos trazer. Não estava tão fácil a negociação, ele estava muito bem lá, mas tinha o desejo de jogar no Botafogo. Foi se estendendo, a janela fechando e Júnior Santos sempre acreditamos e confiamos. Falamos “vamos trazer o Júnior Santos”, mostramos para todo mundo, John (Textor) na hora aprovou, pela condição do negócio. Luís Castro falou “eu não pedi Júnior Santos, pedi Tiquinho. Você está querendo me trazer o Júnior para não trazer o Tiquinho”. Falei “calma, professor, nós vamos trazer, mas esse jogador tem potencial, acredite nele”. Ele respondeu “se vocês acreditam, podem trazer, mas não vamos abrir mão do Tiquinho”. Trouxemos no apagar das luzes o Júnior Santos e o Tiquinho, os dois brilharam no Botafogo. No fim de 2022, a opção de compra era muito alta junto ao clube japonês (Sanfrecce Hiroshima), não tínhamos o dinheiro, não conseguimos efetuar. Vira o ano, Luís Castro fala “o Júnior eu queria no elenco, conto com ele”. Em quatro meses, mudou o jogo. Daí tivemos que ir atrás novamente de contratar o Júnior Santos, que era interesse nosso, e conseguimos trazer de novo. Júnior Santos é um cara sensacional, de grupo, um guerreiro com a cara do Botafogo.
Essa mudança de postura demonstra a importância de dar oportunidades aos jogadores e confiar no trabalho da comissão técnica.