Treinador do Botafogo rebate comparações com Flamengo e Palmeiras, e pede união da torcida para conquistar títulos históricos.

O Botafogo está de volta aos holofotes do futebol brasileiro. Com um time forte e um treinador experiente, o clube carioca sonha com títulos inéditos na temporada de 2024. Mas afinal, como o técnico Artur Jorge lida com a pressão e as comparações com outros grandes times do país?

O Peso da História e a Pressão do Presente

A história do Botafogo é rica em títulos e grandes jogadores. No entanto, nos últimos anos, o clube passou por momentos de instabilidade. Com a chegada de Artur Jorge, a torcida voltou a acreditar em dias melhores. A comparação com o Flamengo de Jorge Jesus é inevitável, mas o treinador português prefere focar no presente.

De 2019 (risos). Vi muito porque, quando Jorge Jesus veio para cá, foi massivamente acompanhado em Portugal. Pela dimensão do clube, da mesma forma que o Abel Ferreira é no Palmeiras. Podemos dizer que o objetivo é o mesmo. Mas os contextos são diferentes: dimensões e grifes de um e outro clube, dos jogadores… Mas o Botafogo de 2024 é uma equipe perfeitamente capaz de se nivelar com aquelas que foram as melhores que já disputaram os Brasileiros (...) Estou muito bem resolvido com aquilo que é meu trabalho e não vivo dependendo daquilo que se fala de mim ou do meu time. Vivo de resultados. É o melhor cartão de visitas. Nós vemos e sabemos que não fomos o único clube a investir. Havia sete ou oito times que começaram o Brasileirão querendo o título. Investiram para ser campeões. Uns com mais poder econômico, outros com mais grife, mas todos com a mesma missão.

O campeonato vai fazendo uma seleção natural. Hoje temos três grandes candidatos ao título: nós, o Palmeiras e o Fortaleza. E o Flamengo, um bocadinho mais difícil. Fala-se naturalmente do John Textor, uma pessoa que investiu em um clube que estava perdido e foi a tábua de salvação para ambicionar por títulos. Mas eu não fui o primeiro treinador a chegar nessas condições. Quando cheguei, o Botafogo já tinha uma temporada de John Textor, um Botafogo que jogava o que jogava, mas não me compete julgar.

Não fico incomodado que se possa falar mais sobre o poder que o Botafogo tem hoje. Não é um grande tema, porque outros clubes investiram muito também. Disputamos muitos jogadores com outros clubes e perdemos, porque pagaram mais. Ou porque pagaram o mesmo, mas o jogador preferiu ir, porque, no entender dele, a grife daquele clube era maior que poderia ser a do Botafogo. Estamos na final da Libertadores porque fomos a equipe que mais investiu na América do Sul? Não. Chegamos lá porque fomos melhores, mais competentes. Trabalho de campo e não preço de jogadores. Hoje, temos alguns clubes que investiram muito para serem campeões brasileiros e estarem na final da Libertadores e ficaram pelo caminho. Eles têm que assumir esse erro e não ficar apontando e tentando justificar o que é sucesso dos outros.

A Importância da União entre Jogadores e Torcida

Para alcançar os objetivos traçados, Artur Jorge sabe que a união entre jogadores e torcida é fundamental. O treinador tem buscado criar um ambiente positivo no clube e incentivar a interação com a torcida.

Podendo desfrutar de todo este sonho e momento de bem-estar. Porque esta equipe está perfeitamente bem. Há muita bagagem que vem do passado e que procuram colocar em cima deste grupo. Eu pedi no jogo contra o Vasco: “Divirtam-se dentro do campo, nós estamos vivendo tudo aquilo que todos queriam viver”. Senão não somos capazes de lidar com a pressão. Nós não podemos nos propor metas altas. São seis finais. Mas estou muito mais feliz de ter essa missão, esse desafio, do que fazer cinco jogos para ficar em sétimo ou oitavo. Eu não gosto. Não gosto tendo em conta a nossa posição, o nosso momento e o que está na nossa mão. Temos que ter um bom senso. Eu também queria ganhar do Cuiabá, mas é possível fazer uma análise mais alargada, não só do momento. Eu nunca vivi, em toda a minha vida, uma torcida apaixonada, presente, de apoio, carinhosa. Em nada vai ajudar nesta altura nós manifestarmos algum desagrado. Porque ninguém tem mais exigência do que nós próprios.

Nós temos que perceber que não estamos sozinhos. Temos adversários que serão difíceis de bater. Não nos faltarão inimigos nesta reta final. Se não formos capazes de nos juntar e criar uma barreira impenetrável… Hoje, não somos imbatíveis, mas há muitas rodadas somos insuperáveis. Porque há muitas rodadas ninguém nos superou na liderança. Fiquem com essa mensagem. Este Botafogo tem sido insuperável. Se vai ser até o fim, não sei, mas vamos lutar por isso.

A Estratégia de Artur Jorge para Lidar com a Pressão

Artur Jorge tem demonstrado uma grande capacidade de lidar com a pressão. O treinador português sabe que o sucesso no futebol exige muito mais do que apenas talento. É preciso ter uma boa estratégia, um grupo unido e uma torcida apaixonada. Ele também reclamou quando a imprensa insiste em falar de 2023:

Não me causa. Estou perfeitamente à vontade para falar sobre isso. Eu não aceito é que, constantemente, esse seja um tema. Porque estamos outra vez desvalorizando aquilo que é feito em 2024. Para mim, causa desconforto. Então, falem de 1995 (último título brasileiro do Botafogo). Não faz sentido. Não são os mesmos jogadores, nem o mesmo treinador. A história não é sempre igual. Trabalhamos para fazer com que a história futura seja melhor. Desde o início, a minha preocupação foi clara: que este grupo não seja constantemente bombardeado com questões sobre o ano passado. Senão não vamos evoluir. É minha forma de ser. Eu jogo desde os 11 anos, minha paixão é futebol, não é defender meu cargo, meus resultados. O que me move é o jogo, discuti-lo. Há polêmicas, em todas as coletivas teríamos razões para falar do que quer que fosse. Mas acho que é o caminho mais fácil, que não vai acrescentar nada e não me preenche.

Uma das estratégias de Artur Jorge é manter o foco no trabalho diário. O treinador não se deixa levar pelas opiniões da imprensa e evita fazer promessas que não possa cumprir.

"O nosso foco é o próximo jogo. Não adianta ficar pensando no futuro. Temos que trabalhar duro todos os dias para alcançar os nossos objetivos", afirmou o treinador.

As Diferenças entre Botafogo e Palmeiras

O Palmeiras, comandado por Abel Ferreira, é outro grande rival do Botafogo. Os dois times têm disputado jogos emocionantes e a rivalidade entre os treinadores tem chamado a atenção da mídia.

Artur Jorge, no entanto, prefere não entrar em polêmicas com Abel Ferreira. O treinador português acredita que o importante é focar no seu trabalho e no seu time.

Entendo, claro. Já discuti com a equipe também. Nós não podemos ficar adormecidos, isso não pode nunca castrar nossa ambição. Falo disso sempre, de estratégias de comunicação de adversários. Mas não controlo. Vivo e lido, mas não controlo.

"Cada treinador tem a sua forma de trabalhar. Eu respeito muito o trabalho do Abel Ferreira, mas o meu foco é o Botafogo. Queremos fazer um grande campeonato e conquistar títulos", disse Artur Jorge.

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