Treinador causou polêmica no pós-clássico contra o Flamengo
Através do diretor executivo de futebol, André Mazzuco, o Botafogo se pronunciou sobre a polêmica entrevista coletiva do técnico Bruno Lage, logo após o clássico contra o Flamengo, na qual chegou a colocar o cargo à disposição neste segundo turno do Brasileirão 2023.
Mazzuco colocou um ponto final da história e disse que o português não soube se expressar.
Até nos pegou de surpresa. Conversando depois com ele, ele não soube se expressar. Foi muito mais um desabafo da parte dele. Ele entende a responsabilidade que tem, como a gente tem. Para ele, também é difícil chegar a um ambiente que está funcionando. E a gente sabia que haveria oscilações, uma derrota, enfim, isso ia acontecer.
Além disso, o dirigente garantiu que a intenção de Lage foi preservar o elenco.
Naquele momento do Bruno, ele é um cara muito protetor e quis externar que as críticas que acaba sofrendo pelas decisões que ele toma, que a gente toma… Ele não quer que essas críticas atinjam outros jogadores, porque não é justo com eles. Ele fala assim: “Se as críticas estão vindo a mim, que sejam só comigo, que todo mundo fique à vontade de estar aqui e não estar, mas não quero que chegue aos jogadores".
Foi um desabafo mesmo. A gente sabe que a cultura do resultado no Brasil é difícil, não é só no Botafogo, é em todo lugar. A gente vai fazer de tudo para brigar por esse título até o final. E o Bruno também entende isso. É um treinador estrangeiro que tem que se adaptar, só no Brasil que acontece essa pressão maior. Mas está tudo tranquilo, resolvido, foi importante esse desabafo dele, é um cara do bem demais, que está muito disposto a ajudar, como já tem ajudado. É nosso líder, isso tem que enaltecer para poder brigar até o final.
André Mazzuco fez questão também de dizer que o líder do Campeonato Brasileiro 2023 segue focado em busca do título.
É uma ansiedade externa muito grande, o torcedor do Botafogo é apaixonado, uma torcida extremamente presente. E há essa ansiedade mesmo, porque enxerga que talvez hoje seja o momento mais próximo de um título brasileiro que o Botafogo teve em quase 30 anos. Há uma ansiedade de que a gente precisa ser campeão, mas é uma briga que está aberta. A gente tem uma vantagem, claro, a gente tem que focar. Nosso grupo tem condição de manter a regularidade, a gente vai trabalhar para isso. Mas é uma ansiedade e uma pressão.
Bruno Lage receberá família no Brasil em folga
Segundo o Globo Esporte, o técnico Bruno Lage usará o período de descanso ao lado da família. O treinador do Botafogo, que vive sozinho no Brasil, ficará em companhia da sua esposa Maria Campos e os filhos Jaime e Manuel, que moram em Portugal.
Com a presença da família, o técnico português sairá um pouco da rotina de trabalho de treinos, analises de filmagens e estudo dos adversários e jogadores, já que o elenco está de folga e se reapresenta apenas na quinta-feira.
Vale lembrar que Bruno Lage “explodiu” logo após o clássico com o Flamengo e chegou deixar o seu cargo à disposição. Após conversa com diretoria, o treinador foi mantido e a vida seguiu no Botafogo.
Mansur estranha coletiva de Bruno Lage no Botafogo
O comentarista Carlos Eduardo Mansur falou sobre as declarações de Bruno Lage na coletiva pós-jogo contra o Flamengo.
O jogo foi moldado muito pelas expectativas. O que tivemos na prática foi um jogo equilibrado, podia ter pendido para um lado ou para o outro. Enfrentar bem o Botafogo foi uma conquista para esse Flamengo, um sinal positivo. Por isso tenho dito que o jogo de sábado não acabou. O Flamengo vai precisar mostrar que a competitividade não foi evento de um jogo pela rivalidade. E o Botafogo agora tem uma espécie de distração, uma controvérsia, um problema a administrar por causa de uma entrevista absolutamente acima do tom.
Me surpreende porque Lage se queixa do mais previsível. Um bom trabalho já seria sinal de queda. Assume um time com sarrafo tão alto, que no Brasileiro está tudo bem. Fez jogo bom contra Bahia e Internacional, enfrentou Flamengo e poderia ter ganho, como poderia ter perdido. Outro ponto que me pegou é que comete aparente contradição quando diz que lida com pressão, mas sairia para preservar jogadores. Eles foram abraçados no aeroporto e no estádio, não estavam sob ataque. São questões psicológicas, a quem de fato está protegendo? Leu algo que não lemos, e fez de maneira estabanada, demonstrou instabilidade que não precisa ter na primeira derrota em casa. Se quis proteger a si próprio, aí me preocupa. Se percebeu internamente algum tipo de cobrança e se sentiu desconfortável, é outra questão problemática.
Fiquei com a impressão de elefante em loja de cristais, acaba jogando tudo no chão sem necessidade. Como vai administrar, internamente é contornável, e como a arquibancada vai reagir? Essa entrevista acima do tom não vai ser a responsável por trazer pressão que antes não havia? Esse é um aspecto preocupante.